O Banco Central (BC) mostrou preocupação com a pressão inflacionária originária do confronto entre Rússia e Ucrânia e com os impactos secundários do choque de preços das comoditties. A preocupação foi demonstrada na ata do Comitê de Política Monetária (Copom) – que define a taxa Selic a cada 45 dias -, divulgada nesta terça-feira, 25. O documento do órgão do BC afirma que a “reorganização das cadeias de produção globais ganhou novo impulso com o conflito na Europa e as sanções aplicadas à Rússia” e que, consequentemente, isso poderá se traduzir em “pressões inflacionárias mais prolongadas”. Em outro ponto, o Copom aponta que o conflito traz “mais incerteza e volatilidade” e recomenda que a “política monetária reaja aos impactos secundários” do choque de oferta em várias commodities. Na semana passada, por unanimidade, o Comitê decidiu elevar em 1 ponto percentual a taxa Selic, para 11,75% ao ano. Com isso, foi atingido o maior patamar de juros básicos da economia brasileira desde abril de 2017, quando a taxa atingiu 12,25% ao ano. “O Comitê entende que essa decisão reflete a incerteza ao redor de seus cenários e um balanço de riscos com variância ainda maior do que a usual para a inflação prospectiva, e é compatível com a convergência da inflação para as metas ao longo do horizonte relevante, que inclui os anos-calendário de 2022 e, principalmente, o de 2023”, diz a ata. Além disso, o Copom admitiu que o “ciclo de aperto monetário” poderá continuar avançando significativamente, deixando aberta a possibilidade de ampliar o ciclo de alta de juros. (JP)
Ata do Copom: Banco Central mostra preocupação com efeitos da guerra na inflação e projeta nova alta da Selic
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