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ARTIGO – Coronavírus: qual a relação entre a Covid-19 e o diabetes?

por Ornan Serapião
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Por Nathale Prates

Foto: Divulgação

O Brasil é o quarto país com maior número de diabéticos no mundo, com cerca de 13 milhões de pacientes com a doença. Quem tem diabetes integra o grupo de risco do novo coronavírus e precisa ter cuidado redobrado: o sistema imunológico comprometido dos diabéticos, sobretudo os mal controlados, pode mascarar ou agravar o aparecimento dos sintomas da infecção pelo coronavírus. Também é importante lembrar que o excesso de glicose no sangue e a disfunção imunológica desses pacientes (que vai da redução da imunidade até os estágios de inflamação desordenada e exagerada) afetam o tratamento da doença. Essa parcela da população está no grupo de risco com maior incidência de complicações e quadros severos da infecção pela COVID-19. Segundo dados epidemiológicos recentes, os diabéticos infectados pelo novo coronavírus, independentemente do tipo do diabetes, apresentam mortalidade de 7%, o que corresponde quase ao dobro da mortalidade geral, que é de 3,9%. Diferentemente dos sintomas apresentados no restante dos pacientes, o diabético infectado pelo novo coronavírus não vai ter febre alta. Porém, o vírus vai agir de forma mais grave e silenciosa no corpo do diabético, afetando principalmente a respiração. É muito comum pacientes com diabetes desenvolverem rapidamente um quadro de Síndrome da Angústia Respiratória Rara (SARA), a insuficiência respiratória mais grave. Outro fator a ser destacado é que diabéticos devem evitar medicamentos anti-inflamatórios e corticoides, uma vez que esses remédios podem piorar a evolução da doença e descompensar as glicemias. Importante ressaltar que o tempo de diabetes, o nível de controle das glicemias e a presença de complicações prévias do diabetes (retinopatia, nefropatia, neuropatia, amputações etc.) influenciam na gravidade da ação do COVID-19 nesses enfermos. Também é necessário manter uma dieta balanceada e atividade física constante, além dos cuidados de higiene básicos para evitar o contágio do coronavírus: lavar as mãos e evitar tocar o rosto sem a devida higienização. Outras medidas necessárias para diminuir o número de infectados com o novo coronavírus são manter o distanciamento social, principalmente para quem for do grupo de risco. Se for necessário sair de casa, mantenha distância de 1.5 a 2m de outras pessoas. Faça exercícios regularmente, mesmo em casa. Mantenha-se ocupado e evite tempos ociosos para não descontar na comida. Continue fazendo a checagem da glicemia e, em caso de descompensação, entre em contato com o seu endocrinologista para fazer os ajustes necessários.

*Nathale Prates é endocrinologista das Clinicas Clivale

Artigo publicado no DN em 03.04.2020

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