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AGRICULTURA: Agro brasileiro mira novos negócios no sudeste asiático

por Ornan Serapião
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Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil abre escritório em Singapura e quer acordo com Tailândia, Indonésia, Malásia, Vietnã e Índia

A soja é um dos produtos mais comprados pelos chineses/ Pixabay

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) terá mais um escritório na Ásia. Depois de Xangai, na China, (inaugurada em 2020), o destino agora é Singapura, país que faz ponte com o sudeste asiático, por onde passa cerca de 30% do comércio da região. No acumulado do ano até setembro, as exportações do agronegócio já somam US$ 93,6 bilhões, o que representa alta de 20,6% na comparação com o mesmo período de 2020. O continente asiático é super importante para o mercado agrícola. Oito dos dez principais destinos das exportações do setor brasileiro estão lá. A China é o principal deles, respondendo por 32,4% do total embarcado em setembro. Soja e carnes são os produtos mais comprados pelos chineses, a relevante importação faz com que eventuais reduções de demanda repercutam diretamente na formação de preços aqui. Um exemplo recente aconteceu no mercado de carne bovina, que viu a arroba despencar quase R$ 100 desde que a China suspendeu as importações brasileiras da proteína.

A alta dependência de um único cliente é um risco e é saudável que haja diversificação. A CNA vai buscar oportunidades em Singapura e também em países da região como Tailândia, Indonésia, Malásia e Vietnã. Entre 2019 e 2020 o crescimento das exportações brasileiras para esses países foi de 32%. Só no ano passado eles compraram mais produtos agropecuários do que os Estados Unidos, terceiro destino dos embarques do agro. A meta do Brasil é mirar no sudeste asiático e chegar até a Índia, que tem cerca de 400 milhões de habitantes de classe média. Um mercado com potencial.

A expectativa é que até 2025 metade da classe média mundial esteja na Ásia. O crescimento da renda deve resultar em aumento na demanda por alimentos com maior valor agregado, o que sinaliza oportunidades para a indústria brasileira em áreas como lácteos, frutas, pescados e outros. Buscar acordos com novos parceiros é essencial, por isso, está acertada a estratégia das confederações e outras associações do agronegócio de se instalarem na Ásia para estreitar relações com os países que já são clientes e com aqueles que têm potencial para importar grandes quantias de produtos agrícolas do Brasil.

JP

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