O advogado Paulo Roberto de Aguiar Valente Júnior, de 41 anos, foi transferido para o presídio de Vitória da Conquista após ser preso por extorsão, ameaça e stalking (perseguição) contra uma ex-namorada, uma dentista e professora universitária. Paulo, que tem histórico de medidas protetivas por violência contra diferentes mulheres, foi detido pela polícia no último dia 26, no bairro do Costa Azul, em Salvador.
Paulo inicialmente ficou detido na carceragem da Polinter, mas foi recentemente transferido para o presídio de Vitória da Conquista, onde foi expedido o mandado de prisão preventiva.
Entenda o Caso
Paulo Roberto de Aguiar Valente Júnior foi preso no bairro do Costa Azul, em Salvador, no último dia 26, durante a Operação Cyberstalking. Ele é acusado de extorsão, ameaça, perseguição, violência psicológica, difamação e injúria contra sua ex-companheira. Segundo a Polícia Civil, os crimes ocorreram nos meses de abril e maio deste ano, em Vitória da Conquista.
A vítima relatou na 1ª Delegacia de Conquista que recebia ligações e mensagens de 11 números de celulares diferentes, com ameaças de morte e falsas acusações. As mensagens exigiam sua demissão da instituição onde lecionava. A polícia descobriu que as ameaças partiam do celular do advogado, que não aceitava o fim do relacionamento e ainda exigia quase R$ 2 mil por um serviço nunca prestado.
O Núcleo Técnico de Interceptação de Sinais (NTIS) identificou que os números usados nas ameaças pertenciam ao suspeito. A Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam/Vitória da Conquista) pediu a prisão do advogado, que foi cumprida pela equipe da Deam da Casa da Mulher Brasileira. Dois celulares foram apreendidos e encaminhados ao Departamento de Polícia Técnica (DPT).
Defesa de advogado nega crimes
Procurado, o advogado de Paulo negou as acusações. “Não há provas de que ele enviou as mensagens, tanto que o Ministério Público pediu a quebra do sigilo telemático para ver se realmente partiu dele”, diz Mateus Nogueira. Sobre as ameaças, ele relata que não há comprovações. “O que existe no inquérito são prints de um celular que não foram periciados para saber se houve uma montagem”, pontua.
“Em relação à extorsão, ele estava exercendo o ofício regular de direito, pois foi ela quem o chamou pra ir lá em Vitória da Conquista”, acrescenta Nogueira. O advogado do acusado vai recorrer da decisão. “Vamos entrar com um mandado de segurança e um habeas corpus no tribunal”, declara.
Sobre as outras medidas protetivas contra o cliente, ele diz que “todos os inquéritos foram arquivados, porque as vítimas desistiram”.