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SALVADOR-BAHIA > Traficantes invadiram casas e expulsaram moradores de Fazenda Coutos, diz secretário: ‘Ações de terror’

por Ornan Serapião
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Por Correio24horas

Os doze suspeitos mortos em ação policial em Fazenda Coutos, em Salvador, faziam parte de um bonde da facção Comando Vermelho (CV) que invadiu a área rival do Bonde do Maluco (BDM) em tentativa de dominar o espaço. Moradores chegaram a ser expulsos de maneira violenta, segundo a investigação policial. O secretário da Segurança Pública (SSP), Marcelo Werner, disse que a situação chegou dois dias antes através de denúncia para as forças de segurança.

“Houve inicialmente uma área de conflito entre eles mesmos, entre as facções, na disputa que eles promovem em violência para o domínio de território, para tentativas de domínio de território”, diz. Informações colhidas por denúncias e videomonitoramento comprovaram “o bonde chegando àquela localidade para provocar terror e a morte”, acrescentou o secretário. Segundo ele, além de moradores expulsos de casa, há relatos de pessoas que permaneceram sob cárcere privado por horas na mira dos bandidos.

A informação sobre a invasão do CV chegou via Disque Denúncia, apontando que traficantes de uma facção tinham invadido uma área do BDM em Fazenda Coutos, dando origem a tiroteios e outros conflitos. “Imediatamente, como a gente faz em todos os casos dessa natureza, até mesmo por ser uma região onde a população reportava violência em razão dessa disputa e violência em desfavor deles mesmo, inclusive com a retirada de cidadãos que moram moradores dessas suas residências com violência, começou-se um trabalho de inteligência para poder verificar aquela denúncia que chegou e preparar uma operação policial para averiguar aquela denúncia que se desencadeou na data de ontem”. Na véspera, membros de facção foram flagrados em rede sociais expondo armas de fogo de grosso calibre, o que reforçou a veracidade da denúncia.

Quando a Polícia Militar chegou ao local ontem, “foi recebida a tiros e houve uma sequência de confrontos que culminou ao final na morte de doze elementos que estavam armados”, acrescentou. Os doze chegaram a ser socorridos para hospitais, mas morreram. “Eles estavam atacando não só as forças de segurança, mas acima de tudo violentando os moradores daquela localidade”.

Segundo o secretário, a investigação confirmou que todos os doze tinham invadido a localidade da região nos dias anteriores, fortemente armados. Foram apreendidas doze armas apreendidas, submetralhadoras, pistolas, carregadores, balaclavas, rádios, drogas, balança de precisão.

A perícia esteve no local e a Polícia Civil vai investigar o caso, acrescentou o secretário. “A investigação continua com a oitiva não só de todos PMs envolvidos, mas também de moradores da região, que se juntam ao sistema de videomonitoramento, que comprova a invasão violenta daquela facção naquela localidade”. O Ministério Público vai acompanhar a investigação.

Werner destacou a importância das câmeras de segurança. “Se mostrou importante a tecnologia, porque se comprovou o movimento desse bonde de armado, chegando até o local nas noites anteriores, fazendo ações de violência, de terror, essa que é a palavra, de terror à população”. O secretário disse que a liderança da localidade que comandou a invasão já é algo da investigação policial. “Posso destacar isso, virará a partir de agora mais um dos nossos alvos prioritários”.

“Não podemos permitir que ações violentas contra a população, como a gente viu e presenciou nessas últimas 48 horas na localidade onde, repito, é uma localidade que está sendo violentada, não é uma comunidade violenta. A maioria dos moradores daquela região são moradores de bem, estavam no meio desse fogo cruzado”, afirmou. A segurança na região permanece reforçada.

A delegada-geral Heloísa Brito disse que houve algumas trocas de tiros ao longo do dia – um que foi registrado ao vivo por equipe de TV e outra por volta das 22h. Duas vítimas que estavam no local e parte das sete equipes da PM que estavam no local já foram ouvidas. “Nosso trabalho inicial foi fazer guias de de levantamento cadavérico, a perícia acompanhada, a perícia no local do crime que, até o momento, nós já levantamos, que ocorreram em duas casas, em uma região de mata também, próximas. E esta rua, ao final de cerca de 30 metros, ela entra para uma região de mata”, explicou.

Os mortos ainda não foram formalmente identificados. “Para além disso, hoje nós vamos fazer as oitivas também dos familiares das pessoas que foram mortas e, a partir das identificações que nós estamos obtendo, porque, como disse o coronel, eles não portavam nenhum documento de identificação, mas é um trabalho contínuo, minucioso, e que eu posso deixar muito claro que a Polícia Civil vai agir usando tudo o que existe hoje, equipamentos de tecnologia, para fazer uma investigação muito clara mostrando com muita clareza como aconteceu a dinâmica dos fatos”.

Reproduçao/TV Bahia

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