Uma cepa do vírus “mosaico do cacau” foi identificada em amostras de plantas de cacau na região sul da Bahia. A informação foi confirmada pela Comissão Executiva Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), depois de testes realizados fora do Brasil. Segundo a Ceplac, a praga causou sérios danos econômicos na cultura de cacau de outros países, o que deixa produtores da região sul baiana preocupados. O produtor de cacau, Guilherme Galvão, e o presidente da Cooperativa Agroindustrial do Cacau e Chocolate, Henrique Almeida, contaram que visitaram algumas áreas de jardins clonais no Centro de Pesquisas do cacau, na Ceplac, e se depararam com o que parecia ser uma doença viral nas plantas. Os produtores questionaram os pesquisadores, que confirmaram se tratar de uma praga transmitida por um vírus, popularmente conhecido como “mosaico do cacau”. O medo deles é que a transmissão da doença esteja ocorrendo há algum tempo sem que nenhum alerta tenha sido dado pelas autoridades de defesa fitosanitária. Guilherme Galvão disse que mudas de cacaueiros saídas da Ceplac e infectadas com esse vírus teriam sido identificadas em uma estação de quarentena do Centro Nacional de Pesquisa em Recursos Genéticos (Cenargen), o órgão ligado a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), para onde foram levadas para análise em 2020. Na época, essas mudas foram levadas para o Cenargen com o objetivo de saber se eram resistentes a uma outra praga, a monilíase. A Ceplac disse que teve contato com um estudo, feito por uma multinacional, que identificou o vírus em propriedades do extremo sul em 2018. O resultado da pesquisa foi publicado em 2021. No entanto, nenhum alerta foi dado aos órgãos de defesa sanitária. A diretora geral da Ceplac, Lucimara Chiari, disse que algumas plantas dos jardins clonais da entidade apresentaram os sintomas característicos do “mosaico do cacaueiro” e amostras dessas plantas foram enviadas para um laboratório especializado nos Estados Unidos. O resultado para a doença foi positivo. O “mosaico do cacau” é uma praga que causa sérios danos econômicos na cultura de cacau na África Ocidental. Possui numerosos variantes que apresentam sintomas distintos, e um número restrito de hospedeiros, sendo transmitido por 14 espécies de cochonilhas que retêm o vírus por algumas horas. No caso deste vírus já identificado nas lavouras da Bahia, os pesquisadores acreditam que seja uma variante menos agressiva do que as registradas na América Central, por exemplo. Ainda segundo a diretora geral da Ceplac, estudos sobre o vírus serão aprofundados para determinar a extensão dos danos que essa praga pode causar, mesmo sabendo que ela é menos agressiva que as variantes presentes em outras partes do mundo. A fiscal agropecuária da Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab) e coordenadora do Programa de Prevenção a Monilíase do Cacaueiro, Catarina Cotrin de Matos Sobrinho, informou que a maior preocupação agora é impedir que esse material infectado se propague. Nesta semana, a Ceplac emitiu uma nota explicativa com alguns dados sobre a doença. Nas áreas experimentais de clones de cacaueiros no Centro Profissional de Educação Continuada (Cepec), onde são vistas folhas com manchas similares as infectadas pelo vírus do mosaico, os pés estão carregados de frutos.
A LAVOURA CACAUEIRA EM PERIGO: Cepa do vírus ‘mosaico do cacau’ é identificada na Bahia
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Tudo leva a crer que o virus tenha vindo no cacau importado pelas processadoras de cacau, pois o MAPA autorizou, através da IN125, a importação sem a devida fumigação com brometo de metila, única substância, até hoje eficaz para o tratamento fitossanitário do cacau, conforme foi largamente demonstrado, em audiência na câmara federal com a presença de técnicos do MAPA, por um pesquisador e professor da UESC
É uma irresponsabilidade o que o senhor Iomar Moreira está falando. O cacau importado é amendoa seca e fermentada, e por tanto, não é veículo de transmissão de vírus. Antes de fazer uma acusação absurda dessa primeiro precisa entender como se da a transmissão de um vírus, o que neste caso é material genético (enxertia, mudas) ou insetos. Ou seja, não tem como vir por meio de amêndoas secas e importados que passam por um sério processo de beneficiamento e tratamento fitossanitário. O que o setor menos precisa neste momento é de propagação de mentiras.
É uma irresponsabilidade o que o senhor Iomar Moreira está falando. O cacau importado é amendoa seca e fermentada, e por tanto, não é veículo de transmissão de vírus. Antes de fazer uma acusação absurda dessa primeiro precisa entender como se da a transmissão de um vírus, o que neste caso é material genético (enxertia, mudas) ou insetos. Ou seja, não tem como vir por meio de amêndoas secas e importados que passam por um sério processo de beneficiamento e tratamento fitossanitário. O que o setor menos precisa neste momento é de propagação de mentiras.