“infelizmente, o cristianismo, como é vivido hoje por muitos, não suscita ‘seguidores’ de Jesus, mas só adeptos de uma religião”. José Antônio Pagola
Os colegas Tourinho e Manoel Macedo, cientistas sociais de renome, em um artigo aguçou a minha mente, com esses dois parágrafos.:
No último pleito para eleição do presidente da República, as religiões desligaram dos céus e ligaram os seus discursos e práticas na terra, apenas na terra. E o pior, como diz José Antônio Pagola na obra O Caminho Aberto por Jesus, “infelizmente, o cristianismo, como é vivido hoje por muitos, não suscita ‘seguidores’ de Jesus, mas só adeptos de uma religião”.
As Igrejas, acantonadas em cada esquina citadina viraram células político-partidárias, verdadeiras “seitas””, que induzem os seus adeptos a apoiar candidaturas profetizadas como messiânicas, embora passantes ao largo do caminho de Jesus. Inúmeros desses “profetizados” chegam ao Congresso Nacional com a Bíblia debaixo do braço, e se tornam imediatamente integrantes de grupos de pressão, que se sentem superiores na estrutura de poder a exemplo da bancada evangélica, da bala, do boi, entre tantas. Em verdade, Jesus Cristo, não criou nenhuma igreja e nem religião, ele trouxe um projeto civilizatório, muito além de seu tempo.
Isso me fez voltar a um livro que li, anos atrás, que me provocpu um bem danado e passei a “usar” Jesus de uma outra maneira.
Em seus passos o que Jesus faria? … Charles Sheldon narra as profundas mudanças que ocorrem quando um pastor desafia sua comunidade a praticar a fé em Jesus Cristo, com uma simples pergunta: “o que Jesus faria em meu lugar” que passou a nortear as minhas ações.
Jesus criou o manual de comportamento humano, dando régua, compasso, bussola, teodolito e mouse; e reinventou a fé. Não edificou igrejas, mas fincou nos nossos corações a Igreja do bem.
No entanto, o Homem desvirtuou e, o pior, passou a usá-LO para se locupletar; meio de cultura para os políticos malfazejos, para os espertinhos de Bíblia nas mãos, para os manipuladores dos pobres, satanizando Deus.
Veja o paradoxo que deve preocupar Cristo lá no Céu: ao invés de seus ensinamentos estarem contribuindo para o bem da humanidade, constata a má interpretação de muitos, sobretudo a classe política, para benefícios próprios, à semelhança dos vendilhões do templo, expulsos da Casa do Senhor.
Encerrando, bato na tecla que ser uma pessoa do bem é muito simples. Basta, como expos Sheldon, se colocar no lugar de Jesus toda vez que que se deparar ante uma ação, uma decisão, um momento de aflição. Como Ele procederia?
Não precisa ficar querendo que Cristo resolva seus problemas, pois já lhe ajudou demais com seu vade-mécum … e sem cobrar dízimo. (Maceió, 08/04/2024).
*LUIZ FERREIRA DA SILVA (luizferreira1937@gmail.com), é Pesquisador aposentado na empresa CEPLAC, Estudou na instituição de ensino UFRRJ – Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, mora em Maceió e colabora com este site.