Segundo o Tesouro Nacional, as receitas previdenciárias não serão suficientes para cobrir as despesas ao longo dos próximos 77 anos. O órgão estima que a necessidade de financiamento da Previdência, que é de 2,45% do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano, poderá alcançar 10,3% em 2100. Esses dados foram divulgados no Balanço Geral da União (BGU) deste ano. De acordo com o relatório, as receitas previdenciárias devem atingir R$ 636,545 bilhões em 2024, representando 5,53% do PIB, enquanto as despesas estão estimadas em R$ 918,834 bilhões, correspondendo a 7,98% do PIB. Isso resulta em uma necessidade de financiamento de R$ 326,168 bilhões, equivalentes a 2,45% do PIB. No longo prazo, essa necessidade de financiamento deve crescer, atingindo 5% do PIB em 2057, 10,04% em 2097 e 10,30% em 2100. Especialistas destacam que, mesmo após a reforma da Previdência em 2019, o sistema previdenciário continua sendo um desafio para as contas públicas. O economista-chefe da Warren Investimentos, Felipe Salto, aponta que as concessões feitas na reforma podem exigir uma nova discussão sobre o tema em alguns anos. Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados, concorda que a reforma de 2019 foi incompleta e que será necessário enfrentar novamente o debate sobre a Previdência no futuro, provavelmente após 2027. Ambos ressaltam a importância de reformas estruturais para garantir a sustentabilidade fiscal, especialmente diante do envelhecimento da população e das mudanças na dinâmica econômica do país.
ECONOMIA: Tesouro Nacional prevê aumento do déficit previdenciário ao longo dos próximos 77 anos
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