O governador do estado venezuelano de Zulia, Manuel Rosales, apresentou a sua candidatura às eleições presidenciais depois de ter retirado o seu apoio à candidata unitária da oposição Corina Yoris, cuja candidatura não pôde ser registrada. Em sua primeira aparição pública após seu registro, Rosales indicou terça-feira (26) que não foi uma decisão fácil. “Ontem à noite até os últimos minutos estávamos insistindo na possibilidade de registrar a candidatura que havia sido escolhida anteriormente (a de Yoris) e não foi possível fazê-lo”, disse Rosales em entrevista coletiva. O anúncio do registro de Rosales ocorreu depois de a Plataforma Democrática Unitária (PUD), principal bloco de oposição, ter denunciado na manhã de terça-feira que as autoridades eleitorais não permitiram o registro da candidatura de Yoris.
Omar Barboza, secretário executivo do PUD – que desde 2021, com o apoio de Washington, mantém conversações com representantes do governo de Nicolás Maduro – indicou que desde quinta-feira, quando foi aberto o processo de registro de candidatos, “não permitiram o acesso ao sistema de aplicação.” O período de inscrição terminou no dia 25 de março à meia-noite. Nos últimos dias, o PUD denunciou que o site do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) – encarregado de organizar as eleições de 28 de julho – manteve bloqueado o acesso ao sistema de nomeação eletrônica para os representantes das organizações políticas Mesa de la Unidade Democrática (MUD) e Un Nuevo Tiempo (UNT), os únicos autorizados pela autoridade eleitoral a registrar candidatos para a oposição.
A eleita nas primárias de outubro com mais de 90% dos votos foi a ex-deputada María Corina Machado, inabilitada para exercer cargos públicos por 15 anos pela Controladoria-Geral da República, controlada pelo governo. Na sexta-feira, assolada pela desqualificação e prisão de membros da sua equipa de campanha, Machado nomeou Yoris, uma acadêmica de 80 anos e professora universitária, como sua substituta. (JP)