A Rússia vive, neste domingo, 24, um dia de luto nacional após o massacre que uma casa de showa nos arredores de Moscou, que deixou ao menos 137 mortos. Este ataque é o mais sangrento na Rússia em duas décadas e o mais mortal cometido na Europa pelo Estado Islâmico (EI). As autoridades russas continuam sem mencionar a reivindicação do grupo jihadista pelo ataque à casa de shows Crocus City Hall e tentam culpar a Ucrânia pelo ataque. Neste domingo, os investigadores atualizaram o número de mortos, que passou de 133 para 137, incluindo três crianças. O número de vítimas pode aumentar à medida que as equipes de resgate continuam vasculhando os escombros do prédio, incendiado pelos agressores. Além disso, há 110 pessoas hospitalizadas e 40 estão em estado crítico.
O Comitê de Investigação informou que foram identificados 62 corpos e que no local foram encontrados dois fuzis e uma grande quantidade de munições. “O país inteiro está de luto”, disse o canal de televisão pública russo Rossia 24, ao iniciar a sua programação. Os museus e teatros de Moscou anunciaram que permanecerão fechados durante o fim de semana e os restaurantes da capital prometeram doar parte dos lucros de domingo às famílias das vítimas. O grupo jihadista, que a Rússia combate na Síria e tem presença também no Cáucaso russo, já cometeu atentados no país desde o final dos anos 2010.
Na sexta-feira, 22, homens armados invadiram o Crocus City Hall, no subúrbio de Krasnogorsk, em Moscou, e atiraram contra o público e incendiaram parte do salão. No sábado, o presidente russo, Vladimir Putin, prometeu punir os responsáveis por este “ato terrorista selvagem” e afirmou que quatro homens que tentavam fugir para a Ucrânia foram presos. Estas quatro pessoas, todas “cidadãos estrangeiros”, foram detidas na região de Bryansk, na fronteira com a Ucrânia e Belarus, segundo as autoridades. Kiev negou qualquer relação e o presidente Volodimir Zelensky acusou Putin de tentar “colocar a culpa” na Ucrânia. Nas ruas de Moscou, há quem não acredite muito no envolvimento dos ucranianos, país atacado pelo Exército russo em fevereiro de 2022.
JP com informações da AFP