Por Olívia Coutinho
A liturgia do tempo Quaresmal, está sempre nos provocando, chamando a nossa atenção sobre a importância de buscarmos sempre a conversão. Se quisermos de fato, chegarmos à Páscoa, renovados, revestidos da graça de Deus, precisamos nos reorganizarmos interiormente, retirando tudo o que nos impede de relacionarmos com Deus, como a falta do perdão. A falta de perdão, interrompe o nosso relacionamento com Deus, pois se não perdoarmos a quem nos ofendeu, não seremos perdoados por Ele.
No evangelho que nos é apresentado, nesta Terça-Feira da 3º Semana da Quaresma, Pedro, pergunta à Jesus: “Senhor, quantas vezes devo perdoar, se meu irmão pecar contra mim? Até sete vezes? Jesus responde: “Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete”. E para reforçar o que Ele disse, Jesus conta a parábola do servo cruel, a história de um servo, que mesmo sendo perdoado pelo o rei, não perdoou ao seu devedor e por isso, foi duramente castigado pelo o rei. Com esta parábola, Jesus adverte Pedro e também a nós, dizendo: “É assim que meu Pai fará convosco, se cada um, não perdoar de coração ao seu irmão.”
Quantos de nós, fazemos questão de dizer, que somos seguidores de Jesus, quando na prática, agimos de forma contrária a Dele, chegamos, até a rezamos a oração do Pai Nosso, pedindo perdão a Deus pelas as nossas ofensas, mas não cumprimos o que prometemos a Ele, ou seja, não perdoamos aquele que nos ofendeu. Quando dirigimos ao Pai, pedindo perdão pelas nossas faltas, nos é exigido uma única condição para que sejamos perdoados por Ele, que é perdoar a quem nos ofendeu… “Perdoai as nossas ofensas como nós perdoamos a quem nos ofendeu.” Sem estar disposto a perdoar a quem nos ofendeu, não seremos perdoados por Deus. Perdoar o outro, é condição para que sejamos perdoados por Deus. Quem não está aberto ao perdão, nem deveria rezar a oração do Pai Nosso, pois uma prece feita sem compromisso, torna vazia, não chega a Deus.
Humanamente, sabemos, que não é fácil perdoar, pois estamos sempre propensos ao revide, mas com a ajuda e o exemplo de Jesus, com certeza, conseguiremos vencer este grande desafio.
O perdão é uma questão de decisão e de humildade, o primeiro passo é o reconhecimento de que não somos modelos de perfeição, que somos falhos e que também somos devedores…
Na cruz, no momento derradeiro a sua morte, Jesus nos deixou um grande exemplo de perdão ao dizer: “Pai perdoa-lhes! Eles não sabem o que estão fazendo.”( Lc 23,34). Quando sentirmos dificuldades em perdoar alguém, lembremo-nos deste grande exemplo de Jesus…
Assim como Deus acolhe o pecador arrependido e esquece todo o seu passado, nós também, deveríamos fazer o mesmo: perdoar as pessoas que nos ofendem. A falta de perdão, fecha o nosso coração à graça de Deus, priva-nos de participarmos do Banquete da vida que é a Eucaristia. Enquanto que a alegria do perdão, transcende a razão, tanto para quem é perdoado quanto para quem perdoou. É despindo do nosso orgulho, que viveremos a alegria do perdão, isto é: a alegria de perdoar e de ser perdoado por Deus.
Meu irmão e minha irmã: não deixemos para perdoar o nosso irmão, dentro de um caixão, passemos por cima do nosso orgulho perdoando o nosso irmão em vida, enquanto ele e nós, possamos sentir, no nosso abraço de perdão, o pulsar dos nossos corações…
QUE DEUS ABENÇOE A TODOS!
FIQUEM NA PAZ DE JESUS!
Reflexão de Olivia Coutinho