Por Olívia Coutinho
Sem uma intimidade profunda com Jesus, é impossível compreender os seus ensinamentos, pois tudo o que Jesus ensinava, ele fazia, ou seja: Jesus ensinava com sua própria vida.
São muitos, os que ficam na superficialidade da fé, presos aos pormenores, como, os costumes antigos, tradições que o próprio Jesus ignorava…
O evangelho proposto para a nossa reflexão nesta Quarta-feira da 5º Semana do Tempo Comum, é a continuação do evangelho que refletimos ontem, quando vimos Jesus sendo criticado pelos os fariseus e mestres da lei, pelo o fato de seus discípulos não observarem as tradições antigas… Na narrativa de hoje, vemos que Jesus suprime todas as leis judaicas sobre pureza e impureza, introduzindo outro sentido para elas: “o que vem de fora não torna uma pessoa impura, e sim o que sai do seu coração.”
“A intenção de Moisés, ao promulgar a lei sobre a pureza e impureza (Lv 11) era proteger a saúde de um povo bárbaro e sem cultura. Mas a interpretação errada dessa lei deu fundamento a uma sociedade injusta, baseada em tabus que criavam e solidificavam diferenças entre as pessoas, gerando privilegiados e marginalizados, opressores e oprimidos.”
“Escutai tudo e compreendei: o que torna impuro o homem não é o que entra nele vindo de fora, mas o que sai do seu interior. Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.” Jesus foi bem claro na sua explicação, mas até os discípulos tiveram dificuldades para entender. Nós também, às vezes, temos dificuldade para entender o que Jesus quer nos dizer e o pior: às vezes, até distorcemos suas palavras, interpretando-as da maneira que nos convém…
O tradicionalismo nos impede de viver o novo, de olhar a vida por um outro ângulo, de viver o hoje da nossa vida, nos tornando pessoas frias, automáticas, cumpridores de preceitos. No tradicionalismo, o centro são as instituições, o poder e não, a pessoa na sua essência. É claro que não devemos desprezar as tradições, mas é importante termos em mente: a tradição é para guardar a essência e não, para servir de pretexto para subestimar o outro. Por tanto, temos que ter o cuidado para não nos tornamos como os fariseus, limpos por fora e sujos por dentro.
É importante conscientizarmos: Deus não nos olha externamente, para Deus, não importa a nossa cor, a nossa posição social, a nossa cultura e nem mesmo a nossa religião. Para Deus, o importante é o que cultivamos de bom no nosso coração, pois é do coração puro, que brotam os mais belos gestos de amor!
O que nos distingue como seguidores de Jesus, pessoas comprometidas com o evangelho, não são as nossas muitas palavras e nem o cumprimento de preceitos e sim, a nossa vivencia no amor…
Deixemo-nos impregnar pelo o amor de Jesus, o amor que liberta, que inclui, que nos torna sinal vivo da sua presença no mundo…
QUE DEUS ABENÇOE A TODOS!
FIQUEM NA PAZ DE JESUS!
Reflexão de Olivia Coutinho