O evangelho que nos é apresentado nesta celebração, nos fala da apresentação de Jesus no templo. Embora não esteja dentro do tempo do Natal, esta festa é parte integrante do relato de Natal. Podemos dizer, que esta festa é uma fagulha do Natal, uma epifania no quadragésimo dia após a Celebração do nascimento de Jesus. “Quando se completaram os dias para a purificação da mãe e do filho, conforme a Lei de Moisés, Maria e José levaram Jesus a Jerusalém, a fim de apresentá-lo ao Senhor.” Os pais de Jesus, cumprem um ritual judaico: todo primogênito do sexo masculino, deveria ser consagrado ao Senhor. Num gesto de entrega a Deus, Maria e José, apresentam o menino no templo, o preciosíssimo tesouro que eles sabiam não lhes pertencer! Com este gesto, eles nos dão um grande exemplo de responsabilidade para com o que é de Deus, nos conscientizando de que a vida dos nossos filhos, não nos pertence, pertence a Deus, somos apenas depositários destes tesouros… O rito da purificação da mãe e a apresentação do menino Jesus no templo, mostra-nos com clareza, que ao se encarnar, Deus, viveu a nossa realidade se submetendo a lei. O Deus encarnado, viveu como um de nós, passou pelo o mesmo processo que nós passamos para chegar ao mundo. O homem Jesus, não fora isento nem mesmo dos problemas familiares, basta lembrarmos, do início da sua vida pública, quando seus familiares, por não entenderem o seu messianismo, tentaram impedi-lo de cumprir a sua missão, alegando que Ele estava louco. Mc 3,20-21 A narrativa é rica em detalhes, mostra-nos, que na apresentação do menino Jesus, fica evidenciado a identidade do Salvador e através de um conjunto de elementos proféticos, é revelado o caminho da cruz que Ele haveria de percorrer. Em si tratando da apresentação do próprio Filho de Deus no templo, este ritual adquire um significado muito profundo, estreitamente ligado ao mistério da encarnação. Diferente dos demais ritos quando os pais apresentavam seus filhos a Deus, no rito de Jesus, é Deus quem apresenta seu Filho aos homens pela boca do profeta Simeão, juntamente com a profetiza Ana… Os olhos de Simeão, viram longe, viram naquele menino frágil, ainda totalmente dependente do humano, a salvação do próprio humano… Durante a profecia de Simeão, Maria permanece em silencio, certamente, ela ainda não havia entendido tudo a respeito da trajetória do seu filho, mas acolhe aquelas profecias… Simeão, por sua vez, após sentir a felicidade de ter o Messias em seus braços, sente que já podia partir deste mundo, afinal, seus olhos já tinham visto o que ele tanto esperava: a “libertação do povo de Israel”. Contemplando o menino Jesus em seus braços, Simeão pensou somente no bem do povo, pois ele tinha consciência de que não iria usufruir da alegria da convivência com Jesus… Simeão e Ana representam o povo fiel a Deus, o povo persistente que não perde a esperança, porque confia nas realizações das promessas de Deus. Contemplemos a figura de Simeão, tomando para nós, o seu exemplo, exemplo de um homem que via longe, que apesar da fragilidade de sua idade avançada, sonhava grande! Sejamos como Simeão e Ana: profetas da esperança, persistentes em nossas esperas, confiantes na realização das promessas de Deus…
QUE DEUS OS ABENÇOE!
FIQUEM NA PAZ DE JESUS!
Reflexão de Olivia Coutinho