O Hamas deu uma “confirmação preliminar positiva” a uma proposta de trégua com Israel em Gaza e de libertação de reféns, declarou nesta quinta-feira, 1, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Catar. Representantes de Estados Unidos, Catar, Egito e Israel elaboraram, no fim de semana em Paris, uma proposta de trégua e troca de reféns capturados pelo movimento islamista palestino Hamas por prisioneiros palestinos detidos em Israel. “Esta proposta foi aprovada pela parte israelense e agora temos uma confirmação preliminar positiva por parte do Hamas”, afirmou o porta-voz Majed al-Ansari. No entanto, uma fonte do Hamas em Gaza que ainda não houve um consenso sobre a proposta: “Ainda não há um acordo sobre a implementação. A declaração do Catar foi apressada e não é verdadeira.”
O caminho que temos pela frente ainda é muito difícil, mas estamos otimistas, porque as duas partes aceitaram as premissas que levariam a uma pausa nos combates. Esperamos ter condições de anunciar boas notícias a esse respeito nas próximas duas semanas”, havia dito mais cedo o porta-voz do Catar, país que, em novembro passado, conseguiu uma trégua de uma semana que permitiu a libertação de alguns reféns e a entrada de ajuda na Faixa de Gaza. O líder do Hamas, Ismail Haniyeh, que vive exilado no Catar, deverá chegar ao Egito nesta quinta ou sexta-feira e se espera que aborde esta proposta lá. Uma fonte do Hamas havia indicado que o movimento islamista, no poder em Gaza desde 2007, analisava uma proposta que consiste em três fases. A primeira incluiria uma trégua de seis semanas durante a qual Israel libertaria entre 200 e 300 prisioneiros palestinos em troca de 35 a 40 reféns. Além disso, entre 200 e 300 caminhões de ajuda humanitária poderiam entrar em Gaza todos os dias.
Iniciada em 7 de outubro, a guerra no Oriente Médio deixou 1.163 pessoas, a maioria civis, segundo um balanço da AFP baseado em dados oficiais israelenses. O Hamas também sequestrou cerca de 250 pessoas e as levaram para a Faixa de Gaza. Mais de 100 pessoas foram libertadas em uma primeira trégua em novembro, em uma troca com prisioneiros palestinos. Em resposta ao ataque, Israel lançou uma ofensiva aérea e terrestre para “aniquilar” o Hamas, grupo classificado como terrorista pelos Estados Unidos e pela União Europeia. Esta operação já deixou mais de 27 mil mortos, a maioria mulheres, crianças e adolescentes, segundo o balanço atualizado do Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo movimento islamista. O ministro israelense da Defesa, Yoav Gallant, afirmou que o “Hamas contabiliza 10.000 terroristas mortos e 10.000 que ficaram fora de combate”. Com informações da AFP e JP