Por Olívia Coutinho
Pelo calendário da Igreja, estamos na última semana do tempo comum, e as leituras da liturgia nesse período, basicamente todas, estão relacionadas à perspectiva do fim dos tempos. O evangelho de hoje está dentro do discurso escatológico de Jesus, numa alusão relacionada à destruição de Jerusalém, sede do poder religioso judaico, que confrontou com o Messias dos pobres. Como sabemos, o contexto da narrativa é de tempos posteriores ao tempo de Jesus, contudo, na sua mensagem está contida a inspiração Divina, que conduz para a fé na revelação do Filho de Deus, que se deu a conhecer à toda humanidade. A fé cristã, que no tempo de Jesus precisou ser afirmada por meio do testemunho autêntico; no tempo da comunidade de Lucas também precisou ser. Hoje essa realidade é proposta a nós. É o que no texto do evangelho Jesus transmite: força, coragem e confiança aos discípulos; a superação do medo para enfrentar os desafios. O caminho apontado por Jesus, indica um olhar sobre sua trajetória de vida que culminou na Cruz e na sua Vitória. Jesus passou a sua vida fazendo o bem, propondo um novo jeito viver, tendo em vista o resgate da dignidade de cada pessoa, num processo de libertação das amarras da injustiça, do medo, da opressão; isso por si só, já significa salvar. Salvar as pessoas de um sistema corrompido, que por muitas vezes conduz a humanidade para o caos. Seguramente, se faz necessário firmeza da fé na providência Divina: ” fazei o firme propósito de não planejar com antecedência a própria defesa”. A vida é cheia de adversidades e desafios que muitas vezes nem sabemos sermos capazes de enfrentar e superar: Doenças, perdas, desemprego, catástrofes, desilusões; às vezes uma fatalidade brusca muda completamente a vida. De repente aparece um problema que parece não ter solução, enfim, inúmeras são as realidades que se insurgem. Passado um dia turbulento, depois da noite incerta, nasce um novo dia. …Jesus um dia acalmou a tempestade… E tantas vezes Ele o faz. Diante do que a vida nos apresenta, a certeza que devemos cultivar, é de que Deus é a força que nos rege e que por tanto, a mensagem que fica é de que muitas Jerusalém foram e são destruídas. No entanto, em Deus não há fim; Tudo em Deus é recomeço!
Amém
Reflexão de Marilene Coutinho