O Catar, em coordenação com os Estados Unidos, está mediando negociações para obter a libertação de 10 a 15 reféns, seis deles dos Estados Unidos, capturados pelo Hamas em Israel, em troca de “uma trégua humanitária de três dias”. Contudo, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, reafirmou que não apoia um cessa-fogo sem que todas as pessoas seja libertada. As negociações giram em torno da libertação de 12 reféns, metade deles americanos, em troca de uma trégua de três dias que permita ao Hamas libertar esses reféns”, declarou a mesma fonte sob condição de anonimato. Segundo a fonte do Hamas, as discussões tropeçam, no momento, na “duração” da trégua e na inclusão do “norte da Faixa de Gaza, palco das principais operações de combate” “O Catar aguarda uma resposta dos israelenses”, acrescentou. Este Estado já participou da mediação que levou à libertação de quatro reféns em outubro.
A trégua também permitiria ao Egito, que faz fronteira com a Faixa de Gaza, “fornecer mais ajuda humanitária” ao território palestino pela passagem de Rafah, disse a mesma fonte. “Não comento nenhuma negociação”, disse o porta-voz do governo israelense Eylon Levy. Após a divulgação da informação sobre essa possível trégua humanitária, Netanyahu se posicionou sobre o assunto. “Gostaria de pôr fim a todos os tipos de rumores falsos que chegam de todas as partes e reiterar algo com clareza: não haverá um cessar-fogo sem a libertação de nossos reféns”, declarou o premiê. Israel rejeita qualquer trégua humanitária até que os reféns sejam libertados, apesar dos apelos urgentes da ONU, de ONGs e de outros países por um cessar-fogo, ou por uma pausa que possibilite a prestação de ajuda à população.
A mais de um mês, Israel está em guerra com o Hamas, em represália a um ataque sangrento sofrido no dia 7 de outubro, durante o qual sequestrou 240 pessoas e levou-as para a Faixa de Gaza. Pelo menos 1.400 pessoas morreram em Israel desde o início da guerra e nesse mesmo dia, a maioria civis, segundo as autoridades israelenses. As represálias de Israel, que busca “aniquilar” o Hamas, deixaram mais de 10.500 mortos na Faixa de Gaza, incluindo mais de 4.000 crianças, conforme o Ministério da Saúde do movimento islamista. (JP)