A Polícia Federal do Brasil e a Mossad, agência de espionagem de Israel, trabalharam em conjunto para deter os integrantes do Hezbollah que supostamente pretendiam realizar um ataque contra a embaixada de Israel no Brasil. Segundo um comunicado divulgado pelo Mossad, o plano de ataque terrorista era financiado pelo Irã. “As forças de segurança no Brasil, em colaboração com o Mossad e seus parceiros dentro da comunidade de segurança israelense, bem como outras agências internacionais de segurança e aplicação da lei, frustraram com sucesso um ataque planejado pelo grupo terrorista Hezbollah – orquestrado e financiado pelo regime iraniano. Esta perturbação tem como alvo uma vasta rede que se estende a várias outras nações em todo o mundo”, afirmou o comunicado. “Em meio ao conflito em curso em Gaza com o grupo terrorista Hamas, o Hezbollah e o regime iraniano persistem nos seus esforços globais para orquestrar ataques contra alvos israelenses, judeus e ocidentais”, acrescentam, agradecendo às autoridades brasileiras pela prisão dos integrantes do grupo libanês.
A informação foi confirmada pelo porta-voz do governo israelense, Eylon Levy. “Rara declaração da agência de espionagem Mossad: Os serviços de segurança brasileiros, em cooperação com a inteligência israelense, frustraram um ataque terrorista no Brasil planejado pelo Hezbollah, guiado e financiado pelo regime iraniano”, escreveu em sua conta no X (antigo Twitter). Assim como a agência de espionagem, os Estados de Israel também agradeceu as autoridades brasileiras pela operação e pelo compromisso em proteger os judeus e as instituições judaicas no país. Segundo os israelenses, essa é mais uma tentativa do Irã de expandir sua influência global, incluindo na América do Sul, como uma base avançada para atividades terroristas no continente. “O Estado de Israel acredita que a firme postura dos países latino-americanos é uma mensagem importante para Teerã e para o Hezbollah, mostrando que não serão admitidas suas operações na América do Sul, que tem sofrido ao longo dos anos com ataques terroristas do Irã e do Hezbollah, assim como outras partes do mundo”, disseram.
Nesta quarta-feira, 8, a Polícia Federal prendeu duas pessoas suspeitas de integrarem um grupo ligado ao Hezbollah que planejava atentados terroristas contra alvos judeus no Brasil. Agentes da corporação cumpriram dois mandados de prisão temporária e 11 de busca a apreensão em Minas Gerais (7), Distrito Federal (3) e São Paulo (1), onde também foi cumprido as prisões expedidas pela Subseção Judiciária de Belo Horizonte. Denominada “Operação Trapiche”, a ação teve o objetivo de interromper atos preparatórios de terrorismo e obter provas de possível recrutamento de brasileiros para a prática de terrorismo no país. Os crimes previstos na Lei de Terrorismo são equiparados a hediondos, considerados inafiançáveis, insuscetíveis de graça, anistia ou indulto. O cumprimento da pena se dá inicialmente em regime fechado, independentemente de trânsito em julgado da condenação, conforme explicou a PF. Os investigados devem responder pelos crimes de constituir ou integrar organização terrorista e de realizar atos preparatórios de terrorismo, cujas penas máximas, se somadas, chegam a 15 anos e 6 meses de reclusão.