Muito emocionada, a jovem disse estar “com medo de morrer” e disse que está junto a familiares e a outros brasileiros. Com o aviso do governo de Israel, todos teriam que deixar alimentos para trás.
“Eles estão esperando autorização há quatro dias. Estou há seis dias sem dormir. Estou tonta, já não sei mais o que pensar, já não sei o que fazer”, disse a jovem.
Enquanto Shahed falava com a reportagem, fortes estrondos foram ouvidos. Ela relatou que a escola onde estão foi atacada mais de uma vez.
“Essa escola é um lugar que já foi atacado muitas vezes ontem, antes de ontem. Não é um lugar seguro, zero segurança. Agora a gente vai ter que sair do lugar”, disse.
O governo brasileiro solicitou a Israel que não bombardeie a escola onde estão os brasileiros. E as autoridades negociam com o Egito a retirada do grupo pela fronteira no Sul.
Muito emocionada, Shahed chorou ao relatar a situação do local onde está. Ela está sem os pais, mas com a irmã e a avó. Na escola estão um total de 19 brasileiros, dentre estes 11 crianças, 5 mulheres e 3 homens. Apenas 10 destas pessoas, que também têm mais familiares palestinos no local desejam sair de lá. Todos presentes têm medo do caminho até o sul em meio aos bombardeios, de acordo com Shahed.
“Quando eu falei com o embaixador, ele disse que tem dois ônibus para nos levar para o sul, que é onde os israelenses mandaram o povo daqui ir, e todo mundo está indo para lá. O caminho para lá é muito perigoso, eles estão jogando bombas nas pessoas. A nossa vida, se a gente for nesses ônibus, não é garantida”, explicou.
As explosões se intensificaram enquanto Shahed falava ao vivo com a reportagem da GloboNews. O grupo, então, foi orientado a deixar rapidamente a escola onde estavam abrigados. (G1)