Por Olívia Coutinho
A palavra de Deus, que chega até a nós, no evangelho de hoje, nos convida a priorizar a nossa relação com Deus, a coloca-la acima de todas as outras relações! A narrativa vem nos lembrar, da importância de reconhecer a família espiritual que encontramos na comunhão com aqueles que compartilham a mesma fé, uma fé traduzida em ações concretas.
Para termos um entendimento melhor do evangelho que a liturgia de hoje nos apresenta, é importante meditarmos bem, sobre a vida de Maria, sobre a sua postura diante o projeto de Deus, um projeto que ela abraçou por inteiro, colocando-o como prioridade na sua vida!
O texto começa dizendo, que a mãe e os parentes de Jesus, foram a sua procura, mas não puderam chegar até ele, por causa da multidão. Então anunciaram a Jesus: “Tua mãe e teus irmãos estão aí fora e querem te ver”.
Provavelmente, os parentes de Jesus, tinham ido busca-lo, pois eles pensavam que Jesus estivesse fora de si, ou seja: que Ele estivesse louco. Mc3.20-21.
É compreensível essa preocupação deles, afinal, ver Jesus sendo cercado por multidões, se misturando às prostitutas e cobradores de impostos, lhes era assustador. Até então, os familiares de Jesus, não tinham uma clareza sobre a sua missão, sobre o caminho que Ele haveria de percorrer em obediência ao Pai. Até mesmo sua Mãe, não tinha essa clareza, ela ia compreendendo aos poucos, passo a passo. À medida em que os fatos iam acontecendo, Maria ia associando-os com as revelações do anjo na anunciação e com a profecia de Simeão, por ocasião da apresentação de Jesus ao templo…
Antes, Jesus levava uma vida comum na pacata cidade de Nazaré, como qualquer jovem daquela época. Mas a partir do momento em que Ele assume o seu ministério, ele se diferencia, é o seu lado divino que prevalece, mas prevalece, dentro da sua humanidade, isto é: Jesus não deixou de ser humano para ser divino, como não deixou de ser divino, para ser humano. Foi na sua humanidade, que Jesus revelou a sua divindade.
Assim que Jesus assume a missão que o Pai lhe confiara, é natural que houvesse um certo desligamento da sua família de sangue, porque, a partir de então, Ele se ocuparia com as coisas do Pai. Algo semelhante a um jovem que sai de casa, ou para abraçar o matrimonio, ou o sacerdócio…
Para muitos, este episódio, soa como um desprezo de Jesus para com aquela que o gerou, o que não corresponde com a verdade.
“Minha mãe e meus irmãos são aqueles que ouvem a Palavra de Deus, e a põem em prática “Com estas palavras, Jesus não desconsiderou sua Mãe, Ele apenas redefiniu a ideia de família. Com isso, Ele não está negando a sua mãe e seus irmãos biológicos e sim, enfatizando, que a verdadeira família vai além dos laços sanguíneos. A verdadeira família transcende os laços sanguíneos, nela, são abraçados todos aqueles que compartilham a fé e o compromisso com Deus.
Sempre que deparamos com este evangelho, ficamos centrados na referência que Jesus faz de quem é a sua família, ou questionando se Maria teve ou não teve outros filhos, com isso, deixamos de meditar a mensagem principal deste evangelho, que é um convite a fazermos à vontade de Deus!
Fazer a vontade do Pai é o único requisito que Jesus nos apresenta para fazermos parte da sua família: a família de Deus…
QUE DEUS ABENÇOE A TODOS!
FIQUEM NA PAZ DE JESUS!
Reflexão de Olivia Coutinho