O Ministério da Defesa do Azerbaijão anunciou o início de uma “operação antiterrorista” em Nagorno-Karabakh nesta terça-feira, 19, após a explosão de duas minas e um ataque com armas leves e morteiros. Na ocasião, seis azerbaijanos, sendo dois civis e quatro policiais, morreram. O governo do Azerbaijão atribui o ataque a “um grupo de sabotagem de formações militares ilegais da Armênia“, país vizinho com o qual Baku tem relações tensas. Baku abriu um processo criminal por terrorismo, homicídio premeditado baseado no ódio étnico e posse ilegal de armas e explosivos. Segundo o Ministério, a ação busca “garantir o cumprimento das disposições da declaração tripartida”, entre Azerbaijão, Armênia e Rússia que colocou fim à Guerra de 2020, onde Baku recuperou parte dos territórios perdidos. O Azerbaijão afirmou ainda que a operação visa “expulsar as formações armadas da Armênia” do país, “neutralizar sua infraestrutura militar, garantir a segurança da população civil” e restaurar a ordem constitucional.
O território de Nagorno-Karabakh, autoproclamado independente em 1991, é alvo de discussões entre Armênia e Azerbaijão, que já se enfrentaram em duas guerras. Na primeira, no começo da década de 1990, os armenos saíram vitoriosos, enquanto que na segunda, em 2020, os azerbaijanos triunfaram. Sob o direito internacional, o território pertence ao Azerbaijão, mas abriga armênios étnicos. No conflito mais recente, Baku recuperou mais de dois terços do território da região. As tensões entre os dois países aumentaram nos últimos dois dias em meio a denúncias sobre movimentos de tropas de ambos os lados. As nações ameaçaram anular o cessar-fogo acordado com mediação da Rússia em 2020.