Por Olívia Coutinho
O evangelho que nos é apresentado, neste 19º Domingo do tempo Comum, está dentro do contexto da multiplicação dos Pães, evangelho que refletimos no Domingo anterior.
O texto começa dizendo, que depois da multiplicação dos pães, ou seja, depois de Jesus, ter despertado nos discípulos, o sentido da partilha, Ele manda-os a entrarem na barca e seguirem, à sua frente, para o outro lado do mar… Podemos arriscar em dizer, que os discípulos, até então, não haviam colocado a mão na massa, eram mais ouvintes do que operários, o que não poderia continuar, afinal, seriam eles, os encarregados de conduzir a barca de Jesus, ( sua Igreja) após sua volta para o Pai…
Mesmo inseguros, os discípulos, em obediência a Jesus, entram na barca e avançam mar adentro, em direção à outra margem. (Atravessar para a outra margem, significa, ir ao encontro de outros povos.) Este, foi o primeiro desafio que os discípulos tiveram que enfrentar sem a presença física de Jesus, e foi nesta travessia, que eles tiveram uma queda na fé, o que pode ser visto com naturalidade, se considerando a fragilidade humana…
Assim como os pais, observam seus filhos, quando eles começam a darem seus primeiros passos, Jesus observava os discípulos de longe, Ele percebe de imediato, a dificuldade deles em concluir aquela travessia… “A barca, porém, já longe da terra, era agitada pelas as ondas, pois o vento era contrário.” Jesus vai em direção aos discípulos andando sobre as águas. “Quando eles o avistaram, andando sobre o mar, ficaram apavorados, e disseram: “É um fantasma”. Ao que Jesus diz: “Coragem! Sou eu. Não tenhais medo!” Como vemos, Os discípulos, demoraram em reconhecer Jesus. O que às vezes, acontece conosco: nem sempre, percebermos a presença de Jesus, naqueles que Ele envia, para nos socorrer.
Podemos tirar vários significados desta narrativa: os ventos contrários, o mar revolto, significam as dificuldades que a Igreja e todos os que abraçam a sua missionariedade enfrentam nas mais diversas travessias. Jesus, andando sobre as águas, vem afirmar, que Ele está acima do mal, considerando-se de que o mar, para os judeus, significava o mal. O medo e o quase afundamento de Pedro, fala-nos da queda na fé, o que pode nos acontecer, quando não alimentamos a nossa fé, no nosso dia a dia. Quando Pedro recorre a Jesus: “Senhor Salva-me.” Jesus o socorre e ao mesmo tempo, o repreende: “Homem fraco na fé porque duvidaste?”
E voltada a calmaria, os discípulos, já, juntos de Jesus, voltam a sentirem seguros, talvez, não se dando conta, de que o maior risco que eles correram, não fora de um naufrágio, e sim, dos danos que a falta de fé pode causar numa pessoa…
Assim como Pedro vacilou várias vezes na fé, nós também, estamos sujeitos a estes vacilos, mas o importante, é fazermos como Pedro: pedir socorro a Jesus: “Senhor, salva-me!”
Este episódio, chama a nossa atenção, sobre a essencialidade da fé, sem uma fé firme com raízes profundas, naufragamos até mesmo, em “águas rasas.”
Os discípulos, tiveram muitas dificuldades em atravessar para a outra margem, nós também, temos muitas dificuldades em atravessar os mares impetuosos do nosso interior, de saímos de nós mesmos para irmos ao encontro do outro. (outra margem)
Se algum dia, formos surpreendidos pelas ondas dos mares revoltos da nossa vida, não tenhamos medo, confiemos em Jesus, pois Ele virá nos socorrer, com uma diferença: hoje, Jesus não virá mais “andando sobre as águas,” Ele virá nos socorrer, escondido no coração de alguém, às vezes, até mesmo, no coração de um desconhecido.
Lembremo-nos: ora somos socorridos por alguém, ora somos socorro para alguém… DESEJO A TODOS UM SANTO DOMINGO!
QUE DEUS OS ABENÇOE!
FIQUEM NA PAZ DE JESUS!
Reflexão de Olivia Coutinho.