EFE/EPA/TAGAZA DJIBO
O Exército do Níger anunciou nesta quarta-feira, 26, que derrubou o presidente do país, Mohamed Bazoum, após o que chamaram de “degradação contínua da situação de segurança e da má gestão econômica e social”. Em comunicado lido na televisão nigerina “Ortn” e assinado pelo chefe do Estado Maior, general Salifou Mody, os representantes dos golpistas enfatizaram seu “respeito por todos os compromissos assinados pelo Níger”. A emissora ainda garantiu que o presidente e a sua família “estão em segurança”, embora tenha reconhecido que “a situação ainda é confusa”. No início da edição noturna do noticiário, o apresentador citou que fontes confiáveis afirmaram que o presidente está em segurança. A Agência EFE verificou por meio de uma testemunha que os militares dispersaram com tiros os manifestantes que se reuniram perto do Palácio Presidencial em apoio ao presidente nigerino.
A situação em Niamei, capital do Níger, está confusa desde o início da manhã, quando a Guarda Presidencial tomou o edifício do Palácio Presidencial, com Bazoum e a sua família dentro. Por volta das 13h locais, 9h em Brasília, militares procedentes de bases de fora da capital estabeleceram um perímetro em torno do palácio presidencial. O cercado inclui também o gabinete do primeiro-ministro e vários ministérios, incluindo o Ministério do Interior, cujos funcionários foram mandados para casa nesta manhã. A Agência Nigerina de Imprensa (ANP) afirmou, em nota que o ministro do Interior nigerino, Ouhoumoudou Mahamadou, “está sendo mantido em prisão domiciliar pelos desordeiros”. Os militares também custodiam a sede da estação pública de televisão “Ortn”. Até o momento, nenhuma autoridade comentou a tentativa de golpe. Já é a segunda sofrida por Bazoum desde que chegou ao poder em 2021.