OLÍVIA COUTINHO: A MENINA QUE CANTAVA PRA DEUS OUVIR!

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Refletindo o Evangelho

Por Olívia Coutinho  

Era uma vez, uma menina, que acreditava que o seu canto chegava ao céu!

Todo o dia, ao cair da tarde, a menina, pegava sua boneca preferida e em companhia do seu cãozinho chamado fiel, ela descia correndo em direção ao riacho que passava bem nos fundos de sua casa! Depois de molhar seus pesinhos, nas águas borbulhantes que caiam sobre as pedras, ela subia na pedra grande e lá do alto cantava um cântico bonito que aprendera com sua mãe, num livrinho de oração! Com o olhar voltado para o alto, a menina acreditava que o seu canto chegava ao céu e que o eco da sua voz, vindo das montanhas, era a resposta de Deus, dizendo pra ela, que o seu cântico chegara a Ele.

Ela cantava sempre o mesmo canto, um canto comprido, que falava de amor, de um amor que fora plantado por Deus, em todos os corações: o amor universal!

Depois de cantar e de contemplar as maravilhas do entardecer, de ouvir o cantar dos passarinhos na floresta antes de se recolherem em seus ninhos, ela voltava feliz pra casa, levando numa mão, a sua boneca e na outra, duas florezinhas do mato: uma pra colocar no oratório da santinha e a outra pra sua mãezinha! E assim, a menina ia crescendo no amor a natureza, sem nunca deixar de cantar pra Deus ouvir!

Anos se passaram, a menina cresceu, e já adulta, morando na cidade grande, ela nunca esquecera de suas raízes, sempre que podia, ela estava de volta ao seu paraíso encantado! Certa vez, numa dessas suas voltas ali, ela ficou sabendo, através de um antigo morador daquela região, um moço, que era seu vizinho, que enquanto o pai dele, agonizava no seu leito de dor, o cântico dela, chegava até ele, como um bálsamo, aliviando as suas dores e que aquele seu cântico, em forma de oração, prolongara, a vida do pai dele!” Sem saber o que dizer, a então jovem, bastante emocionada, disse-lhe com toda convicção: “Não era a minha voz, era Deus, que chegava até seu pai, escondido naquele cântico em forma de oração…”

Lembranças da minha infância.

De Olivia Coutinho