Um dia após ser hospitalizado às pressas por causa de uma desidratação, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, recebeu alta neste domingo, 16, informou seu gabinete. “Nosso diagnóstico após uma série de exames é que o motivo da hospitalização foi uma desidratação”, afirmou Amit Segev, diretor do departamento de Cardiologia do hospital. “O coração está completamente normal. Nenhuma arritmia foi detectada. Decidimos colocar um Holter subcutâneo nele para continuar monitorando”, acrescentou. O chefe de Governo, de 73 anos, foi levado no sábado para o hospital Sheba, o maior de Israel, na região de Tel Aviv. Netanyahu estava de férias com a família no lago Kineret, norte de Israel, quando uma onda de calor atingiu o país. O primeiro-ministro admitiu no sábado que passou um período no lago com sua esposa, “ao sol, sem chapéu e sem água”. Também recomendou aos israelenses que “passem menos tempo sob o sol e bebam mais água”. Em outubro, ele foi hospitalizado por uma noite depois de passar mal durante o jejum do Yom Kippur. Mesmo em meio a esse desconforto, Netanyahu segue enfrentado as pressões dos israelenses, que voltaram às ruas no sábado para protestar contra o projeto de reforma judicial, considerado por seus críticos como uma legislação que poderia empurrar o país em direção a um modelo autoritário. As manifestações têm reunido dezenas de milhares de pessoas desde janeiro, quando o governo liderado pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu apresentou o projeto. O governo argumenta que a reforma, que busca aumentar o poder do Parlamento sobre o da Suprema Corte, é necessária para garantir um melhor equilíbrio de poderes. As novas manifestações ocorrem apenas alguns dias após a votação no Parlamento de uma medida-chave do texto. A cláusula votada na terça-feira visa anular a possibilidade de o Poder Judiciário se pronunciar sobre a “razoabilidade” das decisões do governo. O governo de Netanyahu, formado em dezembro com o apoio de partidos de extrema-direita e formações ultraortodoxas judaicas, é um dos mais conservadores da história de Israel. “É uma batalha pelo país, queremos que Israel continue sendo democrático, e as leis ditatoriais não passarão”, declarou Nili Elezra, uma manifestante de 54 anos.
Com informações da JP e AFP