Por Olívia Coutinho
Ela estava ali, escondida entre as folhagens à beira do caminho que cortava o jardim! Era simplesmente uma gotinha d’água bailando sobre uma folha verde! Parecia frágil e ao mesmo tempo forte ao resistir à força do vento, que encantado com sua leveza, a transformou numa graciosa bailarina!
Talvez, aquela gotinha, quase que imperceptível aos olhos de quem passava por ali, soubesse que não teria tanto tempo pra ficar ali, já que logo, logo seria evaporada pelo sol! Sem se importar com a sua pequenez, ela queria ser útil, tinha pressa de ser encontrada por algum passarinho e com alegria poder alimentá-lo naquela manhã de outono!
Formada pelo orvalho da madrugada, aquela gotinha tão bela, parecia um diamante ao refletir os primeiros raios do sol! À princípio, pensei em tocá-la, mas diante de tamanha fragilidade, não me atrevi, preferi apenas contemplá-la por alguns instantes. E numa fração de segundos, surgiu ali, um pequeno beija-flor, íntimo de todas as flores, ele parecia conhecer cada segredo escondido entre as folhagens daquele jardim! Cheio de encanto, aquele minúsculo pássaro, aproximou-se daquela folha e sem pedir licença bicou a gotinha voando em seguida…
Aparentemente insignificante, aquela gotinha, tornou-se grande ao alimentar um pequeno pássaro, que encontrou nela, a energia necessária para iniciar o seu dia, sem precisar voar em busca de outras fontes…
Passamos grande parte da nossa vida, correndo atrás de coisas grandes, com isso não percebemos os valores escondidos nas “folhagens” do nosso jardim!
As coisas grandes podem até nos fascinar, mas são as “gotinhas de amor,” que recebemos no nosso dia a dia, que nos sustentam, que dão sabor a nossa vida…
Pensemos nisso…
*Olivia Coutinho, é Administradora de Refletindo o Evangelho desde 30 de julho de 2019