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MUNDO: China simula ataques contra ‘alvos cruciais’ em Taiwan e promete utilizar munição letal nesta segunda

por Ornan Serapião
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Três barcos militares da Unidade Anfíbia de Reconhecimento e Patrulha de Taiwan patrulham as Ilhas Matsu em 9 de abril de 2023. Caças e navios de guerra chineses simularam ataques a Taiwan em 9 de abril enquanto cercavam a ilha durante um segundo dia consecutivo de exercícios militares lançados em resposta a presidente se encontrando com o presidente da Câmara dos EUA

China enviou mais de 80 veículos de guerra para simulações de ataques contra ‘alvos cruciais’ em Taiwan, no segundo dia das manobras militares que devem prosseguir até segunda-feira, 10, quando o governo pretende utilizar munição letal no Estreito de Taiwan, perto da costa de Fujian, uma província que fica diante da ilha. Essas operações são uma resposta à recente reunião entre a presidente taiwanesa, Tsai Ing-wen, e o líder da Câmara de Representantes dos Estados UnidosKevin McCarthy. Segundo a televisão estatal do país, o exército chinês simulou “ataques de precisão” na ilha de Taiwan e nas águas circundantes”, com a participação de 11 navios de guerra e 70 aviões chineses. Pequim destacou que os exercícios têm a participação de contratorpedeiros, lanchas de alta velocidade e aviões de combate, entre outros. O ministério da Defesa de Taiwan informou que responde às manobras “com calma e serenidade” e explicou que os aviões de guerra detectados até 16H00 (5H00 de Brasília) incluíam caças e bombardeiros.

As manobras têm o objetivo de estabelecer a capacidade da China para “tomar o controle do mar, o espaço aéreo e da informação para criar uma dissuasão e um cerco total de Taiwan”, destacou o canal estatal CCTV no sábado. Taiwan e o governo dos Estados Unidos criticaram a operação, que recebeu o nome “Espada Conjunta”, e pediram “moderação” a Pequim, ao mesmo tempo que afirmaram manter aberto os canais de comunicação com a China. Os chineses consideram a ilha de Taiwan, de 23 milhões de habitantes, uma de suas províncias que ainda não conseguiu reunificar com o restante do território desde o fim da guerra civil, em 1949. As manobras “servem como advertência severa contra o conluio entre as forças separatistas que buscam ‘a independência de Taiwan’ e as forças externas”, advertiu no sábado o porta-voz militar chinês, Shi Yin. O governo dos Estados Unidos reconheceu a República Popular da China em 1979 e, em tese, não deveria ter nenhum contato oficial com a República da China (Taiwan) com base no princípio de “uma só China” defendido por Pequim. No sábado, 8, Washington reiterou no sábado o apelo para que “status quo não mude” na ilha. “Estamos confiantes em que contamos com recursos e capacidade suficientes na região para garantir a paz e a estabilidade”, afirmou o Departamento de Estado.

A presidente Tsai denunciou no sábado o “expansionismo autoritário” da China e afirmou que Taiwan “continuará trabalhando com os Estados Unidos e outros países (…) para defender os valores da liberdade e da democracia”. A China está irritada com a aproximação dos últimos anos entre as autoridades taiwanesas e o governo dos Estados Unidos, que, apesar da ausência de relações oficiais, fornece à ilha um importante apoio militar. Em agosto, a China executou manobras militares sem precedentes ao redor de Taiwan e disparou mísseis em resposta a uma visita à ilha da democrata Nancy Pelosi, antecessora de McCarthy na presidência da Câmara de Representantes. O governo dos Estados Unidos reconheceu a República Popular da China em 1979 e, em tese, não deveria ter nenhum contato oficial com a República da China (Taiwan) com base no princípio de “uma só China” defendido por Pequim.

Com informações da AFP e JP

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