Por meio de mensagem em sua conta no Telegram, a estatal reguladora nacional de energia afirmou que foi obrigada a realizar cortes por situação de emergência em um total de dez regiões, que representam praticamente todo o território sob controle ucraniano
Nesta quinta-feira, 26, um ataque com mísseis lançado pela Rússia contra a Ucrânia deixou o país mais uma vez em situação de emergência energética, segundo informou nesta sexta-feira, 27, o Ukrenergo, regulador nacional de energia. Por meio de mensagem em sua conta no Telegram, a estatal afirmou que foi obrigada a realizar cortes de energia por situação de emergência em um total de dez regiões, que representam praticamente todo o território sob controle ucraniano. A empresa esclareceu que, embora o consumo de eletricidade no país seja igual ao registrado na quinta-feira, “as capacidades de geração das centrais e da rede de alta tensão foram danificadas em mais um ataque com mísseis russos”, o que acabou interrompendo o serviço. Além disso, “o sistema de energia ainda estava se recuperando da série anterior de ataques de mísseis inimigos, que causaram danos às unidades de energia das centrais elétricas”. Como resultado desses ataques, “a produção de eletricidade nas centrais elétricas operacionais não pode cobrir totalmente o consumo”, acrescentou o Ukrenergo. Além de afetar as instalações de energia, o ataque massivo de mísseis e drones russos de quinta-feira matou pelo menos 11 pessoas na Ucrânia.
O ataque desta quinta-feira ocorreu depois que vários países ocidentais, incluindo Alemanha e Estados Unidos, prometeram fornecer tanques pesados à Ucrânia. Equipamentos que a Rússia prometeu queimar. O porta-voz da Presidência russa, Dmitri Peskov, alertou que o Ocidente “superestima o potencial que os tanques podem dar ao Exército ucraniano”. “Esses tanques queimarão, como todos os outros. São muito caros”, frisou. Apesar dos bombardeios constantes, um “apagão” no fornecimento de energia não ocorria desde meados de dezembro, quando Kiev e outras 14 regiões foram afetadas por cortes de água ou eletricidade. Na época, a Rússia vinha de uma série de reveses militares e adotou a estratégia de minar a infraestrutura ucraniana. Na ocasião, o chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, condenou “o terror indiscriminado” da Rússia contra a Ucrânia. Em um novo pacote de sanções, o bloco proibiu a exportação de motores de drones para a Rússia e “para todos os países terceiros” que possam facilitar esses elementos a Moscou.
(JP)