No dia da Proclamação da República, celebrado nesta terça-feira, 15, manifestantes protestam contra o resultado das eleições de 2022 em diversas regiões do país. Foram organizados atos em Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina, Minas Gerais, Espírito Santo, Curitiba, Paraná, Salvador e Mato Grosso do Sul. Os protestantes se reúnem em acampamentos próximos à bases militares. O Quartel General do Exército Brasileiro, o Círculo Militar, na região do Ibirapuera, o Comando Militar do Leste, possuem a maior concentração de pessoas, que pedem intervenção federal e o apoio das Forças Armadas. Na segunda-feira, 14, o Exército Brasileiro divulgou uma nota em que reafirma seu compromisso irrestrito e inabalável com o povo, a democracia e com a harmonia política e social do Brasil. “A solução a possíveis controvérsias no seio da sociedade deve valer-se dos instrumentos legais do estado democrático de direito. Como forma essencial para o restabelecimento e a manutenção da paz social, cabe às autoridades da República, a imediata atenção a todas as demandas legais e legítimas da população, bem como a estrita observância das atribuições e dos limites de suas competências, nos termos da Constituição Federal e da legislação. (…) A construção da verdadeira Democracia pressupõe o culto à tolerância, à ordem e à paz social.”, afirmou. Os protestos ocorrem por conta da insatisfação dos manifestantes com o resultado das urnas no segundo turno. Lula venceu Jair Bolsonaro (PL), que tentava a reeleição, na corrida pelo Palácio do Planalto. O petista obteve 50,9% dos votos válidos, enquanto o atual mandatário somou 49,1%. Como medida preventiva, o governo do Distrito Federal afirmou que irá bloquear o fluxo de veículos na Esplanada dos Ministérios e impedir a entrada de pedestres à Praça dos Três Poderes, onde fica o prédio Supremo Tribunal Federal (STF). A Corte tem sido um dos principais alvos dos manifestantes, que pedem por mais transparência no processo eleitoral e questionam a forma como o pleito foi conduzido. A medida tem como objetivo impedir que os caminhões concentrados ao lado do Quartel General do Exército consigam se locomover até o STF e travar o acesso à região, como ocorrido em 7 de setembro de 2021. Em viagem à Nova York, em participação no evento Lide Brasil, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) criticaram às manifestações que vem ocorrendo em todo o país após a divulgação do resultado das eleições. “Os episódios de intolerância que hora assistimos inspiram a tomada de atitude que deverá ser levada efeito em cada esfera competente, mas também impele refletir de que forma as instituções poderão tratar expectativas sociais frustradas. Sendo mais direto, é preciso indagar se há algo mais por trás dos discursos lunáticos e histéricos que pedem intervenção militar e a prisão do inventor da tomada de três pinos”, afirmou Gilmar Mendes. O ministro Roberto Barrosso complementou afirmando que mentir precisa ser considerado errado de novo. “O povo se manifestou livremente e a Democracia venceu!!! O Brasil merece paz, serenidade, desenvolvimento e igualdade social. E os extremistas antidemocráticos merecem e terão a aplicação da lei penal”, escreveu Alexandre de Moraes. (JP)
PROTESTOS: Manifestantes protestam contra a volta do PT e ministros do STF em ao menos 8 Estados
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