O ministro Alexandre de Moraes minimizou a nova nota do Ministério da Defesa publicada nesta quinta-feira, 10. A pasta reforçou que o relatório entregue ao TSE na quarta-feira não exclui a possibilidade de fraude nas urnas. Moraes disse que o assunto sobre as urnas “acabou faz tempo”.
“Esse assunto está encerrado faz tempo”, afirmou o ministro.
A pasta enviou ao TSE o relatório sobre a fiscalização do processo eleitoral brasileiro.
No documento de 63 páginas, os militares dizem não ter encontrado nenhum indício de fraude nas eleições deste ano, mas indica-se, porém, que o sistema não está isento de um “eventual código malicioso que possa afetar seu funcionamento”.
“Dos testes de funcionalidade, realizados por meio do Teste de Integridade e do Projeto-Piloto com Biometria, não é possível afirmar que o sistema eletrônico de votação está isento da influência de um eventual código malicioso que possa alterar o seu funcionamento”, diz um trecho do relatório.
Um dia após a divulgação dos documentos, o órgão emitiu um comunicado ressaltando o trabalho dos militares e reforçando a possibilidade de melhora na segurança nos programas instalados nas urnas eletrônicas, devido ao fato dos itens se conectarem aos computadores da Corte Eleitoral durante a compilação do código-fonte, possibilitando um código malicioso alterar o funcionamento do sistema de votação, além das restrições impostas ao acesso adequado dos técnicos militares ao código-fonte e às bibliotecas de software. Hoje, uma nova nota divulgada em conjunto pelo Exército, Marinha e Aeronáutica — sem a assinatura do Ministério da Defesa — parece ter como destinatário o Poder Judiciário e, mais especificamente, o ministro do STF Alexandre de Moraes. Ontem, à noite, Moraes determinou a “imediata liberação” das vias obstruídas por cerca de cem caminhoneiros apoiadores de Jair Bolsonaro que estão em Brasília, além de multa de R$ 100 mil por hora de bloqueio. A decisão do ministro, segundo um oficial que participou da elaboração da nota conjunta das Forças Armadas, foi a “gota d’água” que fez transbordar o “desconforto” dos militares em relação ao que consideram “uma tentativa do Judiciário de constranger pessoas que estão se manifestando democraticamente”.
JCO