Operação Olhos de Águia monitorou redes sociais de torcedores que pretendiam cometer crimes na semifinal da Libertadores entre Flamengo e Grêmio
Por Estadão Conteúdo
A Polícia Civil do Rio de Janeiro realizou na manhã desta terça-feira, 22, a Operação Olhos de Águia, que investiga um grupo de torcedores do Flamengo suspeitos de planejar a invasão do Maracanã e outros crimes durante a partida de quarta-feira 23 diante do Grêmio, pela semifinal da Copa Libertadores. Com base na investigação, que monitorou as redes sociais do grupo, foram expedidos 27 mandados de prisão pelo Juizado Especial do Torcedor e Grandes Eventos, além de 89 mandados de intimação.
Em nota, a Secretaria de Estado de Polícia Civil (Sepol) informou que o bando trocava mensagens em um grupo criado para programar a invasão. Nos áudios interceptados, havia ameaça para matar policiais, praticar roubos, causar danos e constranger os torcedores do Grêmio. Durante a apuração, mais de 100 integrantes da organização criminosa foram identificados.
De acordo com a delegada Carina Bastos, titular da 18ª DP (Praça da Bandeira), a rapidez nas diligências para identificar os participantes foi fundamental para realizar as prisões cautelares e impedir que grupo conseguisse realizar a invasão. Segundo informações do jornal Bom Dia Rio, da Rede Globo, já foram realizadas 16 prisões e uma pessoa morreu em uma das frentes da operação, realizada na Favela do Jacarezinho.
Segurança reforçada
O jogo entre Flamengo e Grêmio mobilizará um esquema de segurança equivalente a praticamente o dobro do normalmente usado em partidas de risco máximo. Serão cerca de 1.100 agentes de segurança – 800 policiais militares e 300 guardas municipais. A informação é da Polícia Militar fluminense e da Guarda Municipal carioca,responsáveis pelo policiamento.
Autoridades responsáveis pela segurança, que se reuniram nesta segunda-feira 21, classificaram a partida como de “bandeira vermelha”. Trata-se de classificação de risco máximo. Há possibilidade de invasões do estádio como de confronto entre torcedores. O último jogo no estádio classificado dessa forma foi entre Flamengo e Palmeiras, pelo Campeonato Brasileiro, em 1º de setembro. Na ocasião foram mobilizados 450 PMs.
“Calculamos em torno de 800 policiais militares, (esquema) muito maior do que a gente aplica em jogos anteriores da Libertadores. (Haverá) Diversos pontos de bloqueio (dos torcedores). Nosso objetivo principal é colocar policiamento no solo para dar orientação aos torcedores, (para que) somente torcedor com ingresso (entre) na área do perímetro”, afirmou o comandante do Batalhão Especial de Policiamento em Estádios (Bepe), coronel Silvio Luiz.
A Guarda Municipal também vai ampliar o número de agentes. “Costumamos usar 195 guardas municipais e vamos aumentar para 300. Nossa área de ação será a mesma que costumamos cobrir, mas vamos aumentar e ampliar em locais e horários”, afirmou Carlos Dias Cristo, inspetor da Guarda Municipal e subdiretor de ordenamento da cidade.
A carga total de ingressos para a partida é de 68.015, incluindo gratuidades e cortesias. Cerca de 4.000 são reservados à torcida do Grêmio. Mas ao todo aproximadamente 6.000 torcedores vão viajar para o Rio, segundo representantes de torcidas do clube gaúcho. Quem ainda não conseguiu ingresso vai tentar comprar de cambistas.
O número de ruas interditadas também vai aumentar. Serão nove, pelo menos três a mais do que a média. As interdições vão começar às 18h. Assim, só quem tiver ingresso vai conseguir se aproximar do estádio.
“Lógico que tem grupos se mobilizando para tentar invasão. Caso haja necessidade, vai haver grupo para atuar de forma repressiva. Para isso, melhor horário para fechamento das vias será às 18h. Para ter perímetro de segurança com tranquilidade e abrir os portões com antecedência”, afirmou o comandante do Bepe.