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Hospital em Salvador suspende atendimentos e procedimentos do urologista denunciado por assédio

por Ornan Serapião
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O Hospital São Rafael, em Salvador, anunciou que suspendeu os atendimentos e procedimentos do urologista denunciado por assédio por uma mulher. A unidade também afirmou que encaminhou o caso para apuração pela Comissão de Ética Médica da instituição. Em nota, o hospital informou que não compactua e repudia veementemente as práticas denunciadas. A unidade ainda se solidarizou com a paciente. A mulher que denunciou um médico urologista por assédio, em Salvador, relatou os toques íntimos que sofreu, durante a troca de mensagens com o investigado. Na mesma conversa, ele disse “não se recordar destes detalhes”. O caso é investigado pela Polícia Civil. Com o inquérito aberto, a Polícia Civil informou que os envolvidos serão ouvidos e as provas serão coletadas. O g1 teve acesso ao conteúdo das mensagens e ao boletim de ocorrência. A reportagem tentou contato com o investigado, que não atendeu às ligações. O g1 entrou em contato também com o Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia (Cremeb), que orientou a paciente a registrar uma denúncia na entidade, para que a investigação seja aberta com a identificação do suspeito e de outros documentos que compõem a denúncia. A mulher é, originalmente, paciente de uma ginecologista, que é filha do suspeito. Ela fez cirurgia para o tratamento de uma endometriose com a médica, que a recomendou que procurasse o urologista, porque a doença pode afetar a bexiga e o intestino. Após a primeira consulta com o urologista, ele deu à paciente o contato dele. Dias após este atendimento, ela entrou em contato com o médico, porque estava com sintomas de infecção urinária, e então marcou um retorno. Foi nesta consulta, que ela relata que o assédio aconteceu. Com base no boletim de ocorrência, a paciente disse que o médico então mandou que ela tirasse toda a roupa e colocasse um avental. Depois de deitar na maca, ele então teria começado a “importunação de cunho sexual”. O documento detalha que o médico acariciou a vagina e os seios da paciente, e manipulou o clitóris dela “como se a estivesse masturbando”. Além disso, ele também teria introduzido um dedo na vagina dela. Esses toques teriam acontecido por cerca de 15 minutos. Na troca de mensagens com o urologista, a paciente confrontou o médico e disse que se sentiu assediada. Ela também questionou a ele a necessidade da manipulação dos seios, já que ela estava com diagnóstico de cistite – um quadro de infecção na bexiga. O médico respondeu que “não conseguiu dormir” porque ficou “preocupado” com a situação, e que percebeu uma retração na mama dela. A paciente então segue questionando a ele sobre comentários após os toques. Assim como no boletim de ocorrência, na mensagem ela faz os mesmos relatos: de que o urologista teria comentado sobre a lubrificação dela, e que ela tem um “axé”, uma “luz”. No documento policial, a paciente também narra que o médico tentou beijá-la na boca, e ela virou o rosto. Depois do desvio, ele teria dito ainda que daria alta médica à paciente, porque gostaria de se relacionar com ela. De volta à troca de mensagens, a mulher afirmou que se sentiu prejudicada com as ações e o urologista respondeu que não se recordava e “que não fez nada com intenção de ser desrespeitoso”.

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