SÓ AMEAÇAS: Barroso volta a falar sobre fake news e defende penalização financeira de redes sociais

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O ministro do STF discursou em um evento sobre expressão na era digital que ocorreu na Escola de Magistratura do Rio de Janeiro

Ministro Luiz Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF)

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luis Roberto Barroso afirmou que as mídias sociais se tornaram canais de propagação de ódio, ataques e desrespeito e que precisariam de normas e uma autorregulação sob pena de perderem receita e imagem, caso sejam vistas como meios de comunicação destrutivos à democracia. Barroso fez uma enfática defesa dos meios tradicionais de comunicação e de imprensa e frisou que as redes sociais, por um lado, ajudaram a democratizar a informação e o conhecimento, mas, por outro, também amplificaram o discurso de grupos radicais que contestam até o que é fato. A fala foi feita na última quarta-feira, 22, na Escola de Magistratura do Rio de Janeiro, onde Barroso participou de um seminário sobre o tema liberdade de expressão na era digital. Para o ministro, as redes sociais deram espaço para posições mais extremistas e intolerantes. Barroso lembrou que os jornais impresso em seu momento de apogeu tinham uma tiragem diária de até 400 mil exemplares, porém a nova realidade com as novas mídias com bilhões de seguidores. Barroso lembrou que as plataformas digitais não param de crescer enquanto a mídia tradicional, que abastece as redes com conteúdo sem serem remuneradas, está cada vez mais enxuta. Sem citar o presidente Jair Bolsonaro (PL) ou o atual governo, o ministro citou pautas do STF que já foram alvos de críticas do chefe do Executivo. “Um dos problemas das mídias sociais é que a informação falsa, o ódio e o sensacionalismo trazem muito mais engajamento do que o discurso racional, respeitoso e civilizado. E como essas empresas se remuneram pela quantidade de acessos e a publicidade migrou para as mídias sociais em função da quantidade de acessos, você acaba tendo o incentivo errado, que é amplificar o negativo, o sensacionalista, o ódio, a radicalização. Essa é a contradição que nós precisamos enfrentar”, disse.

*JP Com informações do repórter Rodrigo Viga