Ministro também volta a defender privatização da Petrobras e aplicação de recursos em fundos de erradicação à pobreza e em realização de obras públicas
O ministro da Economia, Paulo Guedes, participou de um evento nesta segunda, 20, em que foi celebrado o aniversário de 70 anos do Banco de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Na cerimônia, o ministro discursou e, apesar de elogiar o BNDES por favorecer o crédito a pequenas e médias empresas, ainda afirmou que a instituição deve bilhões ao governo e aplicou ‘uma rasteira na União’ ao segurar a devolução de alguns valores. “A capitalização do BNDES foi feita por meio de um empréstimo com taxa fixa. Quando a inflação sobre, aumenta o subsídio. O Brasil está subsidiando o BNDES. O jurídico do BNDES teve a coragem de ir ao TCU para convencer o TCU de que é o contrário e o TCU caiu. Falaram que devolver o dinheiro agora implicaria perda ao banco. É o contrário. Estão se beneficiando do subsídio. Vocês deveriam estar devolvendo esses recursos, o Brasil está em guerra”, cobrou.
Guedes ainda mencionou a Petrobras, em foco nesta segunda após a renúncia do presidente da empresa, e voltou a defender que seja privatizada. Segundo o economista, apenas colocar a empresa no mercado faria com que o valor de mercado passe de R$ 450 bilhões para R$ 750 bilhões, e o governo arrecadaria mais de R$ 250 bilhões, por ser dono de mais de um terço da empresa. Esse valor deveria ser ‘devolvido ao povo’. “Vamos fazer um fundo de arrecadação da pobreza, de um lado, e o fundo de reconstrução nacional de outro lado, com o BNDES gerindo isso”, sugeriu Guedes. “Eu quero reduzir o Estado brasileiro, fazer uma transformação nesse capital público, ao invés dele estar em formato de ações e empresas, ter uma hidrelétrica nova do fundo de reconstrução nacional ou um repasse de recursos para erradicar a pobreza, uma transferência de renda, investindo no capital humano e nos mais frágeis”, completou. Guedes ainda assinou uma portaria que “estabelece as diretrizes para o lançamento do novo Fundo Garantidor para Investimentos (FGI) a micro, pequenas e médias empresas (MPMEs)”, segundo o BNDES, e permite a reabertura do Programa Emergencial de Acesso ao Crédito (Peac).
(JP)