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A tentativa do STF de isolar Bolsonaro

por Ornan Serapião
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Corte conseguiu apoios importantes de setores formadores de opinião no Congresso em sua tentativa de minar o presidente da República e tirar os ministros do Supremo do front

Por José Maria Trindade

Luiz Fux, presidente do STF, conversa com seu colega de Corte Edson Fachin, que preside o TSE

O Supremo Tribunal Federall (STF) tenta isolar politicamente o presidente Jair Bolsonaro e consegue apoios importantes de setores formadores de opinião no Congresso. Antes da reunião com o presidente da Corte, Luiz Fux, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, encontrou-se com líderes informais e recebeu apoio. Houve reuniões com integrantes do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), inclusive um reservado com o presidente, ministro Edson Fachin. O assunto é sempre a “ameaça” ao processo eleitoral. Houve um entendimento de que, a cada crítica de Bolsonaro ou a ministros, haverá sempre uma resposta imediata na área política, poupando deste front os ministros do Supremo.

Sempre houve conversas entre grupos de deputados e representantes das Forças Armadas. Agora a situação é diferente, chegou nos altos escalões e já está explícita. Recentemente, num encontro entre líderes políticos, o presidente do Senado e ministros do STF, Pacheco garantiu que “não deixaremos o Supremo isolado nem exposto”. A estratégia é mesmo poupar os integrantes da Corte de um debate político aberto. Fux diz que “os ministros não foram talhados para o embate político”. Não foram mesmo, mas entraram nesta disputa. 

Fachin se declara “comandante-em-chefe das forças desarmadas”. Um claro chamado para o embate direto que fez Bolsonaro defender os militares e a dizer, com todas as letras, que não há um trabalho em curso para quebrar o sistema democrático. O barulho está muito alto e vem exatamente dos setores políticos. Estamos vivendo a história das bruxas. Ninguém acredita, mas todos acham que, com certeza, elas andam por aí nas suas vassouras voadoras. De tanto falar, de tanto espantar, de tanto combater e de tanto confirmar, os líderes políticos que espantam um hipotético golpe podem estar, na verdade, alimentando um — ou criando um monstro que só existe se alimentado com o sangue da política: o debate. 

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