É deplorável que a ética tenha sido desprezada por políticos do mais alto ao mais ínfimo escalão dispostos a ir à Itália assistir à canonização de Irmã Dulce. E a eles se juntam ministros das Cortes superiores. Jair Bolsonaro queria viajar, mas teria desistido da ideia a pedido da evangélica primeira-dama Michelle. Ele também espera, com isso, mostrar a sua contrariedade com o Sínodo que discute a Amazônia e questões indígenas. O vice-presidente do Brasil, Hamilton Mourão, irá representá-lo – vai em um avião da FAB, até aí tudo bem, faz parte da liturgia do cargo. Diga-se, no entanto, que sem gastar um centavo de dinheiro público, o embaixador brasileiro na Itália está na função para cumprir tais missões.Até a quinta-feira 10 cogitava-se o frete de três aviões ou o uso de areonaves da FAB para transportar a “torcida” (setenta pessoas), sangrando o erário. Dos parlamentares, ouvia-se o argumento: “afinal, trata-se de uma santa brasileira”. Inevitavelmente vem a pergunta: se a fé é tanta, não estaria justificado o pagamento das passagens com grana do próprio bolso? Ou melhor: por que não doar esse dinheiro às obras sociais? Será um festival de selfies com a população pagando. Some-se a isso a interrupção de votação de importantes pautas no Congresso. Em nome dos desempregados, Santa dos Pobres “perdoai-os”, embora os políticos saibam o que fazem. (istoé)
O absurdo “trem da alegria” – O dinheiro público vai financiar a viagem de gente rica na festa da Santa dos Pobres
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