Ucrânia reabre investigações contra empresa ligada ao filho de Joe Biden

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Procuradoria diz que revisão não foi motivada por pressão política; Trump é acusado de coagir ucranianos para prejudicar adversário eleitoral

A Ucrânia iniciará uma revisão das investigações por corrupção contra a empresa de energia Burisma Holdings, ligada ao filho do ex-vice-presidente democrata dos Estados Unidos Joe Biden, anunciou nesta sexta-feira, 4, o procurador-geral do país, Ruslan Riaboshapka.

O presidente americano, Donald Trump, é acusado de ter pressionado o governo da Ucrânia para reabrir os casos e apurar possíveis ações ilegais de Biden e seu filho, Hunter. O democrata é o maior adversário de Trump para as eleições presidenciais de 2020.

“Estamos fazendo uma auditoria dos casos que foram supervisionados anteriormente pelo escritório da Procuradoria-Geral. Estamos revisando todos os casos que foram arquivados para decidir se isto foi ilegal”, afirmou Riaboshapka.

O procurador destacou que estes casos, quase 15, não envolvem a princípio Hunter Biden, que entrou em 2014 para o conselho de administração da Burisma. Inicialmente, a revisão dos casos afetaria mais o fundador da empresa, Mikola Zlochevski, e o empresário ucraniano Serguei Kurtchenko, de acordo com diversas fontes.

Hunter Biden foi membro do conselho de administração da Burisma entre 2014 e 2019.

O procurador também afirmou que a reabertura dos casos não foi motivada por pressão política. “Nenhum político estrangeiro ou ucraniano me ligou ou tentou influenciar minhas decisões”, insistiu.

O caso Ucrânia

Os democratas da Câmara dos Deputados estão investigando se Trump pressionou o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky de forma inadequada, pedindo-lhe que buscasse informações comprometedoras sobre Joe Biden. A denúncia sobre o caso foi compilada em nove páginas por um funcionário anônimo que atua na inteligência americana.

O objetivo de Trump era que o governo ucraniano apurasse a fundo a participação do ex-vice-presidente americano na demissão do ex-procurador-geral do país, Viktor Shokin. Segundo ele, em 2014 Biden teria pressionado o então presidente da Ucrânia Petro Porosheko a demitir Shokin. O procurador supostamente estava encarregado da investigação contra a Burisma.

Diante das suspeitas, Trump pediu a Zelensky que trabalhasse ao lado do secretário de Justiça americano, William Barr, para investigar as ações de Biden no país. O diálogo entre os dois presidentes aconteceu durante uma ligação telefônica em julho passado. A transcrição da conversa foi liberada pela Casa Branca na semana passada.

O jornal Kyiv Post, porém, informou que Hunter e Joe Biden não foram investigados na Ucrânia e que os processos criminais abertos na Justiça local envolviam apenas a Burisma e Mykola Zlochevsky. Também publicou que Shokin não participara desses casos e que sua demissão era solicitada por diferentes setores da sociedade por sua obstrução e omissão em investigações de corrupção.

Em resposta, a democrata Nancy Pelosi, presidente da Câmara dos Deputados, anunciou a abertura de um processo formal de impeachment contra Donald Trump por abuso de poder. (Veja)

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