Querido Lima Duarte, nosso eterno Sinhozinho Malta, Zeca Diabo, Sassá Mutema e tantos outros maravilhosos personagens que o senhor nos presenteou com a sua alma e com a sua interpretação, mas antes de tudo e de todos, nosso eterno Ariclenes Venâncio, o fabuloso Lima Duarte… Uma verdadeira riqueza nacional.
Circula pelas redes sociais o vídeo com a sua crítica à posição política da atriz Regina Duarte, por ela apoiar o Presidente Bolsonaro.
Em respeito à sua biografia, à sua história, ao que o senhor representa de mais puro valor e riqueza para a cultura e para a televisão brasileira, e também à sua idade e ao seu legítimo e inalienável direito de opinião, eu não vou aqui tecer uma crítica à sua fala, pois a sua figura, por si só está acima de qualquer crítica. Mas vou fazer um apelo ao seu bom senso e à reflexão, como faria a um pai, a um tio ou um amigo mais velho. E vou começar esse apelo repetindo… QUERIDO Lima Duarte.
O Brasil não é mais o mesmo da época em que valorosos artistas como o senhor davam brilho às obras que eram verdadeiras pérolas, e por isso recebiam de forma justa (ou até nem tanto) pelas entregas que faziam a nós. O Brasil mudou.
Estamos vivendo um período infértil, onde artistas – na maioria das vezes nem tão talentosos como o senhor – tornaram-se militantes políticos e verdadeiros sanguessugas do dinheiro público, através da distorcida Lei Rouanet, que por décadas serviu apenas para comprar apoios políticos, militâncias, simpatias e consciências, longe de promover a verdadeira cultura. Acabou a farra com o dinheiro público, e justamente por promover a moralização e o fim do dinheiro fácil aos amigos do rei, tantos artistas hoje se insurgem contra o atual governo.
Querido Lima. Ao contrário dos governos anteriores que eram comandados por “odoricos paraguassus” nada engraçados, e que distribuíam quantias exorbitantes a artistas e emissoras em troca de simpatias, o atual governo beneficia esse povo que te ama, incentivando a produção de fazendeiros como o Sinhozinho Malta, com irrigação para o árido sertão do Zeca Diabo, com estradas que transformam as pequenas sucupiras em cidades prósperas.,
Não deve ser difícil para alguém como você, que brilhantemente deu vida ao injustiçado Sassá Mutema em “O Salvador da Pátria”, e que teve que lutar contra poderosos banqueiros, políticos inescrupulosos envolvidos com narcotráfico e que até mandavam matar e colocavam a culpa nos outros, entender que a vida imita a arte, e o que se está fazendo é exatamente aquilo que um dia você protagonizou emprestando seu corpo à vítima na trama.
O atual governo é o Sassá Mutema lutando contra os poderosos que querem fazer nessa novela real, um final diferente do folhetim onde o seu personagem tinha um final feliz. Aqui todos seremos figurantes de um final catastrófico, e a dona Regina percebeu isso.
Por isso, querido Lima Duarte, pedimos a você que repense a sua posição e reconsidere o que disse para a nossa maravilhosa Regina Duarte.
Como seus fãs incondicionais, nós rogamos encarecidamente, querido Lima… Capricha! Capricha! Pra não acabar assim! Não pode acabar assim.
“Tô certo ou tô errado”?
Confira:
Marcelo Rates Quaranta
Articulista
jco