Além das grandes mudanças de regulamento que virão em 2022, a Fórmula 1 caminha para ter a maior temporada de toda a sua história, com 23 corridas ao longo dos cinco continentes em um período de apenas nove meses.
Como se o calendário já não fosse apertado o bastante, a Liberty Midia – detentora dos direitos de transmissão –, informou que haverá três rodadas triplas neste ano, algo que já foi muito criticado por pilotos, chefes de equipe e mecânicos por causa da exaustão causada em todos do paddock.
Tetracampeão mundial e atual diretor não-executivo da Alpine, Alain Prost criticou a decisão de ampliar o número de etapas de 2021 para este ano, ressaltando, em entrevista ao podcast In the Fast Lane, que o atual calendário já é desgastante o bastante para todos.
“23 corridas é demais. É muito difícil para as equipes, as pessoas que viajam, mecânicos, engenheiros, chefes de equipe. Tem que continuar sendo algo excepcional. Se você conseguir mais sucesso e trazer mais patrocinadores, talvez possamos ter menos corridas. Mas parece que não é esse caminho que estamos seguindo”, disse o ex-piloto francês.
“Lembro da primeira vez em que tivemos uma rodada tripla e como eu estava perdendo um pouco do interesse de certa forma, porque as corridas estavam muito próximas. É preciso haver um equilíbrio entre o número de corridas, número de fãs e, obviamente, o dinheiro que pode ser gerado”, acrescentou.
Prost destacou que, apesar de apoiar algumas decisões tomadas pela categoria nos últimos anos, como a série de streaming “Drive to Survive”, não acredita que o caminho que está sendo tomado seja o ideal para o futuro da F1.
“Sou completamente contra a ideia do grid invertido, com certeza. A Fórmula 1 não pode aceitar isso, mesmo para a sprint. Não é porque Lewis [Hamilton] fez um trabalho fantástico saindo de último [na corrida sprint do Brasil] que devemos achar que será o mesmo sempre com todos os pilotos”.
“As coisas não acontecem assim. Sou mais da tradição, e a Fórmula 1 tem que seguir sendo como era. Devo reconhecer que cada vez temos mais fãs jovens, graças à série da Netflix e que atraímos o público jovem, o que é fantástico. Obviamente eles gostam desse tipo de corrida que vimos, a sprint e a corrida de Lewis no Brasil, mas a Fórmula 1 precisa se manter mais tradicional”, finalizou.
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