Por Olívia Coutinho
Quem não tem o olhar voltado para as “margens do caminho,” não vê Jesus, pois é lá, que Jesus se encontra, abandonado, na pessoa do nosso irmão! Fechar os olhos diante às necessidades destes irmãos, é fechar os olhos para Jesus. A palavra de Deus, que chega até a nós, no evangelho de hoje, mostra-nos, mais uma vez, a sensibilidade de Jesus diante a necessidade humana. O texto nos apresenta o episódio que ficou marcado como o milagre da multiplicação dos pães, ou seja: o milagre da partilha! O ponto fundamental deste acontecimento foi o amor. “Jesus viu uma numerosa multidão e teve compaixão porque eram como ovelhas sem pastor. Começou pois, a ensinar-lhes muitas coisas.” Ao anoitecer, os discípulos, sugeriram à Jesus que despedisse o povo para que eles fossem comprar alimento nos povoados vizinhos, mas Jesus contesta-os apontando de imediato a solução para aquilo que para eles, parecia impossível: “Dai-lhes vós mesmos de comer!” Essas palavras de Jesus, assustam os discípulos, que tinham apenas cinco pães e dois peixes. Mas o que parecia impossível aos olhos humanos, foi possível para Jesus, que mostrou aos discípulos e hoje a nós, que com a Bênção de Deus, o pouco se transforma em muito! Jesus, se quisesse, poderia realizar a multiplicação dos pães sem a participação dos discípulos, mas Ele, numa espécie de aula prática, quis envolver a todos no sentido de despertá-los sobre a importância de ter um coração aberta à partilha! Um coração que se abre à partilha é um coração configurado com o coração de Jesus! O episódio da multiplicação dos pães, deve nos conscientizar da importância de termos um coração sensível às necessidades do nosso irmão, um coração aberto à partilha! A fome é uma questão emergencial, a pessoa que está com fome, não pode esperar por um novo emprego, pela ajuda do governo, ela necessita do alimento, naquele momento, afinal, a fome não espera… Nenhum de nós, pode dizer, que não têm nada a oferecer, pois todos nós, de alguma forma, podemos ajudar o irmão necessitado. Além de saciar a fome, é também compromisso cristão, promover o nosso irmão, motivá-lo a caminhar com suas próprias pernas, mas precisamos estar cientes: com o estômago vazio, ninguém consegue ouvir a orientação de alguém. Primeiro, precisamos saciar a sua fome, para depois orientá-lo, conscientizá-lo do seu valor e despertar nele, a necessidade de Deus! Quem partilha com o pobre, o pão material, tem a oportunidade de despertar nele, a necessidade de Deus, pois o pobre, vê em que lhe ajuda, a presença do próprio Deus! Precisamos aprender a amar, a amar do jeito de Jesus, olhando o irmão com o olhar Dele, um olhar que não apenas constata a sua necessidade e sente pena, mas um olhar que nos leve a ajudá-lo em suas necessidades. Hoje, somos nós, os encarregados de saciar a fome dos muitos irmãos perdidos pelas periferias da vida, pessoas famintas, não somente do pão material, como também, famintas de justiça e de amor… Jesus continua a nos dizer: “Dai-lhes vós mesmos de comer!” Não vamos esperar pela ajuda dos governantes, afinal, assim como no tempo de Jesus, estes, não se importam com os pobres. Onde existe amor, existe partilha, onde existe partilha, Deus entra e o milagre da multiplicação acontece.
QUE DEUS ABENÇOE A TODOS!
FIQUEM NA PAZ DE JESUS!
Reflexão de Olivia Coutinho