Ex-governador acusou presidente de interferência na PF; Bolsonaro nega
O presidente Jair Bolsonaro (PL) mandou um recado ao pré-candidato à Presidência da República Ciro Gomes (PDT) e seu irmão, Cid Gomes, alvos de uma operação da Polícia Federal na manhã de quarta-feira, 15. A ação, batizada de Colosseum, apura um suposto esquema de propina durante as obras de construção da Arena Castelão, em Fortaleza, entre 2010 e 2013. Na época, Cid era governador do Ceará. Após as buscas, Ciro acusou Bolsonaro de interferência na PF para perseguir opositores. Durante live nesta quinta-feira, 16, o presidente rebateu a acusação. “Avisar aquela dupla lá do Ceará que vive metendo o dedo na cara de todo mundo, [para eles] todo mundo é corrupto. Tiveram uma visita ontem. Estão me acusando. Eu não tenho como interferir na PF. Essa operação começou em 2017, não foi comigo”, declarou. “Então, dizer para a dupla lá do Ceará que a partir do mês que vem tem mais 670 policiais federais na rua. Esse é o governo que vocês dizem que não combate a corrupção”, completou.
Em suas redes sociais, Ciro classificou a ação de busca e apreensão em sua residência como “abusiva” e afirmou que Bolsonaro transformou o Brasil em um “Estado Policial”. “Até esta manhã, eu imaginava que vivíamos, mesmo com todas as imperfeições, em um país democrático. Mas, depois da Polícia Federal, subordinada a Bolsonaro, com ordem judicial abusiva de busca e apreensão, ter vindo a minha casa, não tenho mais dúvida de que Bolsonaro transformou o Brasil num Estado Policial que se oculta sob falsa capa de legalidade”, declarou o ex-governador. “Não tenho dúvida de que esta ação tão tardia e despropositada tem o objetivo claro de tentar criar danos à minha pre-candidatura à Presidência da república. Da mesma forma que tentaram 15 dias antes do primeiro turno da eleição de 2018. O braço do estado policialesco de Bolsonaro, que trata opositores como inimigos a serem destruídos fisicamente, levanta-se novamente contra mim”, acusou.