MENSAGEM DOMINICAL: “EU NÃO SOU DIGNO DE DESAMARRAR A CORREIA DE SUAS SANDÁLIAS.”

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Por Olívia Coutinho

Estamos no terceiro Domingo do advento, chamado Domingo da alegria! A igreja, pedagogicamente coloca este dia bem próximo do Natal, como que querendo nos apontar, já bem próximo, a última curva do caminho que nos fará chegar à gruta de Belém e que ainda há tempo de fazermos os últimos retoques para que possamos nos colocarmos completamente limpos diante de Jesus! O advento é um tempo de alegria, de gratidão, de reafirmar o nosso empenho em buscarmos sempre a conversão, o que nem sempre acontece de imediato e sim, à medida em que vamos reconhecendo a bondade de Deus para conosco… Neste tempo de graça, em que sentimos o céu se aproximar da terra, tudo vem nos falar de amor, de um amor que nos remete ao coração do Pai que através do Filho, nos concede a graça de redescobrirmos o caminho da vida… Em meio a este mundo tão conturbado, Deus vem reacender em nossos corações, a chama da esperança, lembrando-nos, através da celebração do nascimento do seu Filho, o quanto Ele nos ama! A palavra de Deus, que chega até a nós, no evangelho deste Domingo, chama a nossa atenção sobre uma questão fundamental: o que devemos fazer para que Jesus possa entrar na nossa vida e permanecer em nós? Uma pergunta semelhante a esta, foi feita à João Batista, depois de uma de suas pregações um tanto exigente: “O machado já está posto na raiz das arvores. E toda arvore que não der bom fruto, será cortada e jogada no fogo.” Lc3,9. Após este alerta de Joao, sobre a importância de buscar a conversão, o povo perguntou: “ O que é que devemos fazer?” João fraciona a sua resposta, a todos ele disse: “Quem tiver duas túnicas, dê uma a quem não tem; e quem tiver comida, faça o mesmo, o que vem nos falar da importância da partilha. Aos cobradores de impostos, conhecidos como publicanos, ele pede retidão, ou seja, que eles não cobrassem os impostos, além do valor devido e aos soldados, ele pede, usando outras palavras, o fim da violência e a não corrupção… Tanto para os cobradores de impostos, quanto para os soldados, os apelos de João são incisivos: não sejam corruptos, já que havia um abuso de poder, corrupção generalizada e conivência entre eles, os cobradores de impostos, cobravam além do valor devido, e como muitas pessoas se recusavam a pagar, eles recorriam aos soldados, tomando esse dinheiro à força e depois repartiam entre si o valor excedido. Como vemos, desde a era de João Batista, os apelos são sempre os mesmos: Partilha, retidão, superação da violência, justiça, a não corrupção… É triste perceber, que mesmo com tantos apelos, o mundo não mudou, falta partilha, retidão e a corrupção virou algo comum não só na política, como também, em todos os setores da sociedade… O texto vem nos mostrar ainda, o antigo testamento dando lugar ao novo, João Batista, foi o último profeta do antigo testamento, àquele que apontou o novo, que era e que continua sendo novo: Jesus! A cumplicidade de João Batista com o projeto de Deus, a sua pregação, tomou uma dimensão tão grande, que ele chegou a ser confundido com o Messias que estava por vir, mas o profeta deixava claro, que ele não era o Messias e que nem seria digno de desamarrar a correia de suas sandálias. Uma das grandes virtudes que marcou a vida de João Batista foi a humildade, ele sempre se colocou no lugar de mensageiro, não aproveitou de seu prestígio junto ao povo, para se autopromover. Foi pela revelação de Deus, que João Batista tomou conhecimento da grandiosidade de Jesus, o que aconteceu bem antes do seu encontro com Ele nas águas do rio Jordão, onde ele realizava o batismo de conversão, ocasião, em que Jesus fora apresentado pelo Pai, à humanidade: “Este é o meu Filho amado que muito me agrada” Mt 3,17João Batista aplainou o caminho do Senhor com a sua pregação e com o seu testemunho, ele foi um grande exemplo de quem realizou exclusivamente a vontade de Deus, não se acomodando nas tradições antigas, pelo contrário, ele buscou algo novo, fazendo-se anunciador de uma Boa Notícia! Alegremos neste Domingo, sabendo que a força da mensagem de João Batista continua viva e atual, que estejamos dispostos a acolhe-la… Alegrai-vos sempre no Senhor. De novo eu vos digo: alegrai-vos! O senhor está perto. (FI 4,4-5)

QUE DEUS ABENÇOE A TODOS!

FIQUEM NA PAZ DE JESUS

Reflexão de Olívia Coutinho