Mesmo com o avanço da vacinação e número de internações em níveis estáveis, cidades optam por não realizar o evento em meio incertezas com mutação do coronavírus
Com a decisão do Rio de Janeiro na manhã deste sábado, 4, subiu para 19 o número de capitais brasileiras que anunciaram o cancelamento das festividades de Réveillon de 2022 em meio ao temor do avanço da variante ômicron da Covid-19. Desde a segunda-feira, 29, Aracaju, São Luís, João Pessoa, Salvador, Campo Grande, Palmas, Florianópolis, Recife, Brasília, Belém, São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Cuiabá, Fortaleza, Maceió, Natal, Vitória e Macapá. Outras capitais que tradicionalmente não fazem eventos de Réveillon deverão manter a política neste ano.
A onda de cancelamento das atividades é reflexo da disseminação da variante Ômicron do novo coronavírus pelo país e as incertezas sobre o grau de nocividade da mutação. Até este sábado, o país confirmou seis pessoas infectadas com a variante surgida no sul da África. O Ministério da Saúde adotou uma posição de cautela em relação à disseminação da doença. Na semana passada, o responsável pela Pasta, Marcelo Queiroga, afirmou que a Ômicron ‘não é variante de desespero’ e que o Brasil está preparado para nova onda. A Organização Mundial da Saúde (OMS) segue linha semelhante. Nesta sexta-feira, 3, a cientista-chefe da entidade, Soumya Swaminathan, afirmou que a nova variante pode ser mais transmissível, mas que não há motivos para pânico.
O cancelamento da tradicional queima de fogos na orla de Copacabana, uma das celebrações de Ano Novo mais famosas do mundo, foi anunciada pelo prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), após orientação do governo estadual. “Respeitamos a ciência. Como são opiniões divergentes entre comitês científicos, vamos sempre ficar com a mais restritiva. O Comitê da prefeitura diz que pode. O do Estado diz que não, então, não pode. Vamos cancelar dessa forma a celebração oficial do Réveillon do Rio”, escreveu Paes em suas redes sociais.
Na semana passada, a administração municipal de São Paulo confirmou que a festividade tradicionalmente realizada na avenida Paulista seria cancelada pelo segundo ano consecutivo. Um estudo da Vigilância Sanitária orientou para que a festa não fosse realizada. O levantamento mostrou que a capital de São Paulo está com bons índices de vacinação, queda do número de mortes, internações e casos da Covid-19, mas reconhece a ameaça da nova variante Ômicron. (JP)