SOKOLKA, Polônia (Reuters) – Centenas de imigrantes acamparam perto da fronteira de Belarus com a Polônia sob temperaturas congelantes de madrugada, e autoridades polonesas se preparavam nesta terça-feira para novos choques com pessoas que tentam cruzar a fronteira.
Milhares se reuniram perto da fronteira polonesa na segunda-feira, alguns usando troncos, pás e outros utensílios para tentar romper uma cerca, o que agrava uma crise de meses que provoca apelos de sanções ocidentais mais duras contra Belarus.
A Polônia e outros países-membros da União Europeia acusam Belarus de incentivar imigrantes do Oriente Médio, do Afeganistão e da África a cruzarem para o bloco por vingança contra as sanções impostas ao governo de Minsk devido a abusos de direitos humanos.
“O regime bielorrusso está atacando a fronteira polonesa, a UE, de maneira sem paralelo”, disse o presidente polonês, Andrzej Duda, em uma coletiva de imprensa em Varsóvia.
“Atualmente, temos um campo de imigrantes que estão bloqueados do lado bielorrusso. Há cerca de mil pessoas lá, a maioria homens jovens. Estas são ações agressivas que precisamos repelir, cumprindo nossas obrigações como membros da União Europeia.”
O governo do presidente de Belarus, Alexander Lukashenko, nega estar fabricante a crise imigratória e culpa a Europa e os Estados Unidos pelo sofrimento das pessoas retidas na fronteira.
O primeiro-ministro da Polônia, Mateusz Morawiecki, visitou a área na manhã desta terça-feira para demonstrar apoio aos milhares de soldados, guardas de fronteira e policiais adicionais enviados ao local.
Imagens publicadas pela polícia polonesa nesta terça-feira mostraram barracas e fogueiras de imigrantes do lado bielorrusso da cerca de arame farpado. A Guarda de Fronteira da Polônia disse que registrou 309 tentativas de travessia ilegal da divisa na segunda-feira e que 17 pessoas foram detidas, a maioria iraquianas.
(Por Joanna Plucinska e Pawel Florkiewicz em Varsóvia e Matthias Williams em Kiev)
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