Com a reabertura da investigação sobre o atentado contra o presidente, muitas coisas podem finalmente ser esclarecidas, e outros envolvidos podem ser descobertos.
O TRF-1 autorizou a quebra do sigilo e movimentações financeiras dos advogados de Adélio.
Parte intrigante é saber que, além de tentar ser candidato a deputado federal, e ter sido filiado por muitos anos no PSOL, segundo as apurações do Delegado Francischini, o criminoso entrou na Câmara dos Deputados em 2013, para falar com um deputado, que o recebeu adiantado em sua agenda.
As investigações sobre quem era esse deputado, nunca vieram a público.
Adélio, segundo ele mesmo e relatos de seus familiares, sempre foi uma pessoa humilde, que morou em casas precárias e barracões. Em depoimento já disse ter passado por muitas dificuldades alimentares.
É no mínimo suspeito, que ao chegar a Juiz de Fora, onde estaria Bolsonaro em campanha, pagasse a hospedagem de muitos dias a vista, e tivesse uma série de aparelhos como celulares e notebooks no quarto, junto com amparo legal prontamente disponível, de advogados de renome.
A imputação de doente mental, sem nunca passar por nenhum tipo de internação, e a velocidade na qual o diagnóstico do indivíduo foi construído, sempre levantou suspeitas sobre a idoneidade das informações. Na época, tanto o ministro da justiça (Moro), quanto o delegado do caso, corroboraram as conclusões.
O retorno das investigações nas proximidades de ano eleitoral, cai como uma bomba nas candidaturas adversárias. A OAB pode tentar levar a questão ao STF, que optaria por manter a decisão do TRF, já que não tende a invadir competências, os ministros optem por evitar polêmicas.
Caso o laudo aponte mais suspeitos, e fique constatada a real tentativa de assassinato pelo cunho político, muitos dos adversários do presidente podem perder o sono no que tende a eleição do ano que vem, e o motivo é simples:
Bolsonaro poderia de fato, se reeleger no primeiro turno, sem nenhuma dificuldade.
Victor Vonn Serran
Articulista
JCO