Depois que o seu esquema de “rachadinha” foi exposto pela revista Veja, já começa a circular no Senado a possibilidade de renúncia do senador Davi Alcolumbre.
Relembre: O senador nomeou 6 assessoras de gabinete, das quais ele embolsava mais de 90% do salário delas, pelo menos uma confessou ter sido nomeada com salário de R$ 14.000,00 do qual ela recebia apenas R$ 1.350,00, ou seja, menos de 10%. Ao todo, o esquema desviou dois milhões de reais.
Amplamente documentada com extratos e depoimentos das vítimas, isso já seria mais do que suficiente para cassação de um parlamentar. Mas, não para por aí: no início do mês de outubro, Alcolumbre foi objeto de várias acusações de nepotismo cruzado, rachadinha e desvio de dinheiro público (de salário) envolvendo uma autoridade do Judiciário do seu estado, o Amapá.
Para completar o inferno astral do senador Alcolumbre, o seu colega de Sergipe, senador Alessandro Vieira apresentou uma notícia crime pedindo que o Supremo Tribunal Federal investigue as acusações.
Isso, na verdade, é “uma sentença de morte política”, porque dificilmente Alcolumbre vai se safar dessa situação. A saída seria Alcolumbre renunciar ao mandato, evitando assim ao menos a perda de direitos políticos por oito anos.
Não se vê mais nem traços daquele senador que agia como um leão feroz barrando a nomeação de um ministro do STF e andando com o peito estufado pelos corredores do Senado.
Eduardo Negrão
Consultor político e autor de “Terrorismo Global” e “México pecado ao sul do Rio Grande” ambos pela Scortecci Editora.
JCO