Por Olívia Coutinho
Nesta cultura do aceleramento em que vivemos, nem olhamos à nossa volta, estamos tão focados nos nossos objetivos, que nem vemos os nossos irmãos esquecidos às margens do caminho… Precisamos rever esta nossa postura de impassibilidade diante o irmão que sofre a dor da exclusão, aqueles que dependem da nossa ajuda para se reerguerem. O evangelho proposto para a nossa reflexão neste 30º Domingo do Tempo Comum, começa dizendo, que enquanto caminhava para Jerusalém, Jesus, ao passar pela cidade de Jericó, sente ressoar em seus ouvidos, um pedido de socorro, um grito que partia de um excluído, um cego, cuja cegueira era apenas a privação de um dos seus sentidos, ou seja, uma cegueira física e não espiritual. Sentado à beira do caminho, lá estava Bartimeu, um cego, que percebe o que muitos de nós, não percebemos: a passagem de Jesus pela nossa vida! A fé deste cego, ainda que imperfeita, era muito mais luminosa do que o campo visual daqueles, e de muitos de nós que enxergamos fisicamente… Bartimeu, mesmo sem enxergar fisicamente, sente a proximidade de Jesus, e mesmo sem vê-lo, reconhece o seu poder, o poder de libertar os excluídos por uma sociedade que tenta abafar o seu grito, o seu pedido de socorro empurrando-os ainda mais para às margens. O grito de Batimeu, incomodou aqueles que queriam reter Jesus só para si, estes, não queriam que Jesus desse atenção aquele homem, visto por eles, como um impuro, um ninguém. Mas quanto mais eles tentavam abafar o seu grito, mais alto o cego gritava: “Filho de Davi tende piedade de mim!” Este grito de fé, chegou aos ouvidos e ao coração de Jesus! Tomado pela a compaixão, Jesus diz aos que o cercava: “Chamai-o”! As mesmas pessoas, que tentaram abafar o grito daquele cego, agora, mediante uma ordem de Jesus, o encoraja: “Coragem, levante-te, porque Jesus está chamando você”. Movido pela fé, Bartimeu larga tudo, isto é, o único bem que ele possuía, um manto e vai ao encontro de Jesus. Dirigindo-lhe a palavra, Jesus pergunta-o: “O que você quer que eu te faça”?” – “Mestre, que eu veja”! A resposta de Jesus, como sempre, uma resposta de amor, transforma a vida daquele homem: “Vai a tua fé te curou.” No mesmo instante aquele que era cego, passou a enxergar e completamente livre daquela cegueira, ele faz do caminho de Jesus, o seu caminho, tornando assim, um dos seus seguidores, um verdadeiro modelo para todos nós que queremos seguir Jesus, rumo a uma nova Jerusalém… A princípio, pode nos parecer estranho Jesus ter perguntado ao cego: ”O que queres que eu te faça ”? Ora, certamente, Jesus já sabia o que ele queria, mas Ele desejou ouvir isso dos seus próprios lábios! Podemos dizer, que com esta atitude, Jesus, tenha nos ensinado a rezar, pois a oração, é um caminho para chegarmos à cura de nossas enfermidades. A oração é um exercício de fé que aprimora também o nosso relacionamento com Deus, um pedido, é sempre uma oração: “Filho de Davi tende piedade de mim”! Eis aí, a oração de Bartimeu… Jesus atende este pedido, ou seja, a oração do cego de Jericó e cura-o por inteiro, devolvendo a sua dignidade. E Bartimeu, curado, sente ampliar também, a sua visão espiritual, ele não fora embora para viver a vida à sua maneira, passou a seguir Jesus, não ficou mais sentado à beira do caminho e sim, à caminho… Por onde Jesus passava, Ele atraia multidões, as pessoas gostavam de ouvi-Lo, de buscar Nele, a cura dos seus males, mas nem todos eram curados, muitos, ainda não tinham uma fé consistente, madura, a ponto de tocar o coração de Jesus, como a fé de Bartimeu tocou no coração dele: “Vai, a tua fé te curou”. A presença de Jesus, acalenta, inspira confiança nos que sofre. E mesmo em meio ao barulho ensurdecedor deste mundo, Jesus, diferente desta sociedade, escuta o grito dos excluídos e nos convoca a sermos presença vivificadora Dele na vida destes irmãos…
QUE DEUS ABENÇOE A TODOS!
FIQUE NA PAZ DE JESUS
Reflexão de Olívia Coutinho