Só em 2021 já foram perpetrados mais de 600 sequestros no país; grupos de ação humanitária são alvo preferencial
O grupo formado por 5 crianças e 12 missionários sequestrados no Haiti no último sábado, 16 de outubro, continua no cativeiro após quase uma semana. Eles foram capturados enquanto percorriam a capital haitiana, Porto Príncipe, a bordo de um ônibus, depois de terem visitado um orfanato. Autoridades do Haiti, Estados Unidos e Canadá estão trabalhando em conjunto para libertar os reféns, dos quais 16 são norte-americanos e um é canadense. Todos fazem parte da Christian Aid Ministries, uma organização de missionários cristãos protestantes sediada no Estado norte-americano de Ohio. Segundo o portal de notícias do Wall Street Journal, os bandidos haitianos exigem 17 milhões de dólares como resgate pelo grupo de reféns. O valor equivale a quase 100 milhões de reais.
Missionários sequestrados no Haiti
Estima-se que as negociações do FBI com os sequestradores se arrastem durante semanas, com base em episódios semelhantes já ocorridos no Haiti. O grupo criminoso tem focado cada vez mais em cidadãos estrangeiros presentes no país em missões humanitárias. Em abril deste ano, repercutiu o sequestro de cinco sacerdotes e duas freiras na região de Croix-des-Bouquets. O grupo de reféns, formado por cidadãos haitianos e franceses, só foi solto após o pagamento de um resgate. O Centro de Análise e Pesquisa sobre Direitos Humanos do Haiti calcula que, só em 2021, foram perpetrados mais de 600 sequestros no país, a maior deles vitimando cidadãos haitianos de classe média. Com Folha Livre