Do UOL, em São Paulo 25/09/2021 17h25Atualizada em 25/09/2021 21h06 Um fotógrafo registrou um dos raios mais raros do planeta Terra nos céus de Porto Rico, enquanto capturava imagens de uma tempestade elétrica em alto mar no território não incorporado dos Estados Unidos.
O relâmpago, em forma de um jato gigante com bolas de fogo, foi elogiado até mesmo por cientistas da Nasa que estudam o fenômeno. O autor do clique, Frankie Lucena, afirma que não conseguiu acreditar no resultado que teve ao presenciar o evento na segunda-feira (20).
“Este evento de plasma com jatos gigantes ocorreu durante uma tempestade muito poderosa perto das Ilhas Virgens, pouco antes da tempestade tropical Peter”, detalhou o fotógrafo em suas redes sociais. “Eu não posso acreditar que fui capaz de capturar detalhes tão incríveis”.
Segundo a empresa de meteorologia MetSul, o relâmpago fotografado por Lucena é considerado o “mais alto da Terra”, porque atinge a ionosfera, camada da atmosfera que se localiza entre 60 e 1000 km de altitude, a mais de 80 quilômetros de altura.
Os primeiros registros deste tipo de jato luminoso foram apenas em 2001 e 2002, perto de Taiwan e de Porto Rico. Mas desde então já houve dezenas de “aparições”, que geraram teses sobre sua origem, não comprovadas inteiramente até hoje.
“Eles parecem adorar tempestades sobre a água e são famosos por surpreender os passageiros a bordo de aeronaves comerciais”, afirmou Tony Phillips, cientista da Nasa (Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço) que estuda o fenômeno, em artigo do site SpaceWeather.
O cientista de raios Oscar van der Velde, da Universitat Politécnica de Catalunya, também relembrou sua experiência com o fenômeno, elogiando o feito de Lucena. Em 2017 e 2018, ele instalou câmeras de alta velocidade na costa Norte da Colômbia em uma pesquisa dedicada à captura dos jatos gigantes. Mas em três meses de observação, ele conseguiu capturar apenas doze.
“Frankie fotografou um raro jato gigante com morfologia de ‘cenoura’, relatado pela primeira vez em um estudo publicado na Nature por Su et al (2003)”, detalhou o estudioso no mesmo artigo, destacando que o evento também pode ter formato de árvore.
“Este é o jato gigante mais brilhante que já vi. Foi realmente notável”, elogia, mencionando também a possível origem do fenômeno. “Eles podem ser fluxos de plasma dentro do jato se cruzando ou regiões de maior aquecimento”, teoriza o pesquisador da universidade catalã. (uol)