Cliente afirmou que, em dois anos de prótese, nunca havia passado por uma situação parecida
PoriG Último Segundo
Um homem de 47 anos foi barrado cinco vezes em uma agência da Caixa Econômica Federal de Vitória, no Espírito Santo. Embora Marcelo Cabral tenha afirmado diversas vezes ter uma prótese de metal no quadril, o homem só conseguiu entrar no banco depois de abaixar as calças publicamente para mostrar a cicatriz da cirurgia, na última sexta-feira (10).
“Quando chegou minha vez de passar pela porta giratória eu me dirigi até a segurança que faz o controle de acesso e disse que eu era portador de prótese. Falei ‘tenho uma prótese no quadril, já fui em outros bancos e a porta sempre travava'”, relatou Marcelo ao portal UOL .
Ele disse que precisava resolver um problema em sua conta na área interna do banco, mas percebeu que estava recebendo um tratamento diferente, em comparação com outras agências. “Não levantaram nenhuma suspeita de que eu seria um perigo para os bancos e os clientes”, afirmou.
“Nunca tinha passado por uma situação tão constrangedora como foi essa, não só de ter que abaixar a calça para mostrar a cicatriz, mas também […] entender que foi por conta da minha cor que eu apresentava um risco para a agência”, escreveu Marcelo em uma publicação nas redes sociais, dizendo que agora está recebendo apoio psicológico.
O cliente, que estava acompanhado da esposa na ocasião, relatou ao UOL que ele tem a prótese há dois anos e nunca havia passado por uma situação como essa.
Após o incidente, Marcelo afirmou que entrou na agência, mas ninguém o procurou para explicar a situação ou até mesmo os procedimentos adotados. “Quando acessei o banco, parecia que eu tinha saído de um mundo para outro. Parecia que não tinha acontecido nada”.
Irritado, Marcelo ligou para sua advogada e não finalizou o atendimento no banco. Parte da situação foi filmada por sua esposa e o material deve servir como provas do processo que ele pretende mover contra a empresa que faz a segurança da agência, o segurança e a Caixa. “Não tive dificuldade nenhuma de colher testemunhas presentes para participar do inquérito que vai ser aberto e da ação que vou jogar na Justiça”, afirmou ao portal.
Em nota ao UOL , a Caixa Econômica afirmou que o uso de portas automáticas com detectores de metal está de acordo com a Lei 7.102/83 e com a Portaria 3.233/12 do Departamento de Polícia Federal. De acordo com o banco, a triagem é realizada para “garantir o correto direcionamento no atendimento e distribuição de senhas” e que o procedimento visa segurança de clientes, “nunca para criar obstáculos ou constrangimentos aos usuários”.
A agência ainda disse que “assim que informou sobre a prótese, o cliente recebeu o adequado encaminhamento para atendimento”.