Por Olívia Coutinho
A palavra de Deus que chega até a nós, no evangelho de hoje, fala-nos de mais um confronto entre os fariseus e alguns mestres da lei com Jesus. Os Mestres da lei, haviam vindo de Jerusalém com um único objetivo: investigar Jesus, que já estava sendo monitorado pelos fariseus da Galileia, que passavam para estes líderes, todas as informações relacionadas as atividades de Jesus que eram contrárias aos padrões religiosos já estabelecidos por eles. Estes líderes religiosos, queriam saber quais eram os ensinamentos que Jesus estava passando para os seus discípulos e se ele estava incentivando o povo ao não cumprimento das leis… Para eles, Jesus era considerado como uma ameaça para a religião judaica devido a sua forma livre e autônoma de interpretar os costumes e as tradições e de colocar a vida humana acima da lei. Desta vez, a acusação contra Jesus, foi o fato de alguns dos seus discípulos não observarem as leis de pureza relacionada com a alimentação. A acusação era de que os discípulos comiam sem antes lavar as mãos. O ritual de lavar as mãos antes da refeição, não era uma regra de higiene, como deve ser hoje para a preservação da nossa saúde, no caso deles era um preceito religioso. De acordo com esses líderes, deixar de lavar as mãos tornava a pessoa impura, distante de Deus. Por outro lado, a não observância dos discípulos e de Jesus a esse preceito, nada mais era, do que uma denúncia de Jesus a essa mentalidade religiosa fundamentalista e excludente, que reduzia a relação com Deus à práticas ritualistas e exteriores. Para os fariseus e mestres da lei, religião, era observar as tradições antigas, cumprir preceitos, normas, rituais, que nada acrescentavam ao ser humano, como lavar as mãos antes de comer, quando chegar da rua não comer sem tomar banho, a maneira certa de lavar copos, jarras, vasilhas… Atrás de uma aparente pureza, e um rigoroso respeito às leis, eles escondiam a dureza de seus corações, cumpriam rigorosamente as tradições, mas deixavam o principal, não viviam o amor, não agiam com misericórdia, suas atitudes eram totalmente contrária à vida. Como Seguidores de Jesus, temos que ter o cuidado de não nos tornamos como os fariseus, limpos por fora e sujos por dentro. O tradicionalismo nos impede de viver o novo, de olhar e de viver o hoje da nossa vida, nos torna pessoas frias insensíveis de comportamentos mecânicos, cumpridores de preceitos. No tradicionalismo, o centro são as instituições, o poder e não a pessoa. Claro que não devemos desprezar as tradições, mas é importante conscientizarmos: a tradição é para guardar a essência e não, para servir de pretexto para subestimar o outro… É importante termos em mente: Deus não nos olha externamente, para Deus, não importa a nossa cor, a nossa posição social, nossa cultura e nem mesmo a nossa religião, para Deus, o importante é o que cultivamos de bom no nosso coração, pois é do coração puro que brotam os mais belos gestos de amor! O que nos distingue como seguidores de Jesus, não são as nossas muitas palavras e nem o cumprimento de preceitos, rituais e sim, a nossa vivencia no amor…
QUE DEUS ABENÇOE A TODOS!
FIQUEM NA PAZ DE JESUS!
Reflexão de Olivia Coutinho